A Biomitex ganhou o prémio Novo Banco Inovação na Categoria de Recursos Naturais e Ambiente, assim como um dos projectos seleccionados pelo COHiTEC que recebeu um financiamento de 100 mil euros, em forma de financiamento por parte da capital de risco da Caixa Geral de Depósitos. Os prémios e financiamento permitirão um arranque mais acelerado da prova de conceito e do processo de patente e trouxeram maior visibilidade ao projecto, «colocando-nos mais consistentemente no radar dos investidores nacionais e tendo, portanto, consequências muito positivas para a 1ª ronda de investimento que, prevemos venha a acontecer durante o próximo ano», explicou Cristina Simões, CEO da Biomimetx.
O projecto da BioMimetx é o resultado de uma colaboração entre investigadores do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e da Universidade de Lisboa. Aquando a recolha de bactérias ambientais com níveis de resistência elevada a antibióticos de última geração, que «foi durante a frequência do programa COHiTEC (COTEC Portugal) concluído em Julho 2013, onde se procurava validar o potencial comercial da nossa tecnologia, que foi decidido explorar a aplicação ‘anti-fouling’ – combate à bio-incrustação marinha, como sendo aquela que reuniria as melhores condições para uma entrada mais rápida no mercado global».
O potencial de mercado global para a Biomimetx é de cerca de 2,4 mil milhões de euros, 4 anos após o início da comercialização, prevendo também a eventual entrada no mercado nos Estados Unidos, seguido do mercado global.
O primeiro produto da Biomimetx, que é um composto para incorporar em tintas marítimas, destina-se a combater do problema global da bioincrustação, sendo não só uma solução inovadora, mais barata como também amiga do ambiente por ser biodegradável e não tóxico. A Biomitetx encontra-se numa «posição pioneira em termos de inovação, aplicabilidade, e proteção ambiental, indo ao encontro das necessidades dos nossos clientes (os produtores de tintas marítimas a nível mundial) e do consumidor final (estaleiros navais, proprietários de embarcações e empresas que operam através de estruturas offshore)», indica Cristina Simões.
O fenómeno da bio-incrustação, que consiste no mecanismo de adesão de organismos a qualquer superfície em água, «é um problema à escala mundial», especialmente no transporte marítimo, aumentando o atrito e o peso dos navios e provocando despesas acrescidas por agravamento do consumo de combustível, prolongando as deslocações e implicando uma maior frequência de manutenções. «Estima-se que a bioincrustação provoque um consumo adicional anual de combustível na ordem dos 100 milhões de toneladas, que se traduz num aumento da despesa anual em 51 mil milhões de euros e 3,7 mil milhões de euros em custos de manutenção por ano», refere Cristina Simões. A bio-incrustação representa ainda uma «séria ameaça aos ecossistemas marinhos», devido à disseminação mundial de espécies invasoras incrustantes.
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