Um relatório do International Maritime Bureau (IMB) da International Chamber of Commerce (ICC) divulgado dia 3 de Julho refere que no primeiro semestre deste ano ocorreram 87 incidentes de pirataria marítima e assaltos à mão armada, menos 10 do que no período homólogo de 2016.
Esse total incluiu 63 abordagens, 12 casos de disparos contra navios, 8 tentativas de ataque e 8 sequestros. Neste período, 63 tripulantes foram feitos reféns, 41 sequestrados, 7 feridos e 2 mortos.
O relato de alguns incidentes ao largo da Somália comunicados ao IMB levou a entidade a considerar que “os piratas somalis mantêm a perícia e a capacidade para atacar navios mercantes longe das águas costeiras”, pelo que o documento incita os comandantes a “manterem elevados níveis de vigilância quanto atravessam uma área de alto risco e a adoptarem as mais recentes boas práticas ”nesta matéria.
Em matéria de raptos, a zona da Nigéria continua a dominar. No período em análise, só ali, foram raptados 31 tripulantes num total de cinco incidentes, dos quais 14 retirados de dois navios diferentes no segundo trimestre. E dos casos de navios alvo de tiros, metade ocorreram ao largo da Nigéria.
Recentemente, a Associação Europeia dos Armadores da Marinha Mercante (European Community Shipowner’s Association, ou ECSA) manifestou a sua preocupação com os números de incidentes adiantados pelo IMB relativos ao primeiro trimestre na zona do Golfo da Guiné.
No relatório do semestre agora divulgado, o IMB adianta que “reconhecendo a necessidade de compreender melhor a profundidade dos dados relatados sobre o Golfo da Guiné”, e juntamente com o Oceans Beyond Piracy (OBP), propôs a criação de uma Comunidade Relatora, “um projecto destinado a encorajar todos os interessados a partilhar relatos de casos de pirataria e assalto à mão armada com o IMB”.
A OBP é um programa da One Earth Future Foundation (entidade independente e não lucrativa) lançado em 2010 com o objectivo de reagir aos casos de pirataria marítima através da mobilização de tosos os interessados da comunidade marítima, do desenvolvimento de parcerias público-privadas orientadas para encontrar soluções de longo prazo no mar e em terra e da dissuasão sustentável baseada na lei.
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