Associação prepara estudo sobre impacto de 30 anos de Bandeira Azul
Bandeira Azul

Este ano, a Bandeira Azul foi atribuída a 314 praias e a 17 portos de recreio e marinas nacionais, conforme anunciou José Archer, presidente da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE). O mesmo responsável manifestou-se satisfeito com o facto de, no momento em que celebra 30 anos de existência, a associação anunciar que pela primeira vez Portugal ultrapassou as três centenas de praias com este galardão.

Das 314 praias, mais 15 que no ano anterior, 292 são costeiras e 22 fluviais, e o Algarve permanece a região com mais praias (88) contempladas, seguido da zona Norte (65), Tejo (45), Açores (34), Alentejo (26) e Madeira (12). Em todas as zonas aumentou o número de praias galardoadas, excepto na zona Tejo, que registou um saldo negativo (-2).

Pela primeira vez as praias de Adaúfe, Piódão, Bogueira, São Pedro da Maceda, Torrão do Lameiro, Bostelim, Rocha Baixinha, Amoreira (mar), Santo António e Porto Santo Cabeço da Ponta foram premiadas. Já as praias da Senhora Boa Nova, Crismina, Rainha, Conceição, Duquesa, Poça, Praia, Roca Mar e Garajau perderam a Bandeira Azul, e registaram-se 14 reentradas.

José Archer salientou que, no plano internacional, Portugal ocupa o 5º lugar em ternos absolutos entre os países com bandeiras azuis, atrás da Espanha (578), Turquia (436), Grécia (395) e França (379), e o primeiro em termos relativos, com 55,19% das praias designadas premiadas com Bandeira Azul.

O total de 17 portos de recreio e marinas premiadas manteve-se igual face ao ano anterior, com destaque para os Açores (5), seguido do Algarve (4), Tejo (3), Alentejo (3) e Madeira (2). O presidente da ABAE lamentou o facto de as zonas Norte e Centro não terem apresentado candidaturas, que atribuiu a falta de vontade. “As marinas geridas por entidades públicas, como é o caso da maior parte dos portos acima do Tejo, não têm grande apetência”, afirmou-nos.

A este propósito, adiantou-nos que nessas zonas, “ou não reuniram critérios ou não querem fazer os investimentos necessários para os reunir”, acrescentando que as candidaturas à Bandeira Azul “são voluntárias, sendo que nós fazemos divulgação nacional para todos os potenciais candidatos”.

O nosso jornal apurou que, no âmbito da celebração dos seus 30 anos, a ABAE prepara um estudo sobre o impacto da Bandeira Azul nas regiões em que foi atribuída ao longo destas três décadas. O estudo representa um investimento de cerca de 30 mil euros e as suas conclusões deverão ser apresentadas depois do Verão. Segundo apurámos, a PricewaterhouseCoopers terá sido abordada para apoiar a associação em termos de consultadoria, mas até ao momento não se confirma a sua intervenção nesta iniciativa.

“Neste momento estamos a recolher dados” para o estudo, que permitam avaliar o efeito da Bandeira Azul ao nível local, em aspectos como a economia, as infra-estruturas, o turismo, entre outros. De acordo com José Archer, pela primeira vez será possível conhecer o peso das praias com Bandeira Azul nas economias locais em Portugal, ainda que em termos aproximados, já que a distinção cobre apenas cerca de 55% das praias designadas. Mas em todo o caso, serão praias em relação às quais se verificam requisitos que permitem associá-las directamente à economia.

Na mesma ocasião em que divulgou o número de praias galardoadas, a ABAE revelou outras iniciativas que assinalarão o seu 30º aniversário, como o estudo referido, a implementação do galardão Bandeira Azul para Embarcações Eco-turísticas, a continuação dos projectos Praia Saudável, o Programa Nacional de Vigilância e o lançamento comemorativo da data.

Foram ainda anunciadas datas e locais das cerimónias oficiais do hastear das primeiras Bandeiras Azuis de 2016 – 1 de Junho, na praia da Foz do Lizandro (Mafra), 6 de Junho, na praia da Peneda (Góis), e 17 de Junho, no porto de recreio de Sines (Sines).

 



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