A União Europeia (UE) suspendeu esta semana os meios navais da operação EUNAVFOR MED Sophia a partir de 1 de Abril, que desde 2015 existe para auxiliar os migrantes provenientes da Líbia em dificuldades no Mediterrâneo e combater o tráfico de pessoas nessa região. A notícia foi avançada pela porta-voz do Serviço Europeu de Acção Externa, Maja Kocijancic, e implica que o mandato da operação fica sem condições para ser efectivamente cumprido.
Segundo anunciado, a decisão foi tomada pelos Estados membros e tem ainda que ser formalmente adoptada pelo Conselho até ao final do mês. Todavia, o mandato da operação, que fora prolongado em Dezembro por três meses, é novamente prolongado, agora por seis meses. Mas a vigilância que até agora também era feita pelos navios militares da UE, fica reduzida aos meios aéreos e à eventual intervenção da Guarda Costeira Líbia.
Recorde-se que, segundo dados divulgados pela Euronews, esta operação permitiu salvar 45 mil pessoas desde 2015 e prestar apoio à Guarda Costeira Líbia. A Itália, para onde são enviados os migrantes resgatados na operação e onde existem postos de registos da EUNAVFOR MED Sophia, já tinha manifestado intenção de abandonar a iniciativa.
A decisão foi mal recebida entre as organizações humanitárias, entre as quais a Amnistia Internacional, que já se manifestou “chocada” com o facto.
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