Apesar da oposição de alguns pescadores locais, a proposta foi aprovada em Conselho de Ministros e o Parque Nacional de Cabrera, muito representativo do ecossistema marinho, foi ampliado, passando de 10,021 para 90,800 hectares, tornando-se assim o maior parque marinho de área marinha protegida do Mediterrâneo ocidental, segundo vários meios de comunicação espanhóis.
Situado a sul de Maiorca, este parque, criado em 1991, é composto por uma ilha principal, Cabrera, e 18 ilhas menores, entre as quais a Ilha de Conills. E como consequência desta ampliação, protege agora 12 dos 13 ecossistemas marinhos de especial valor, protegendo, pela primeira vez, águas de mar aberto e de grande profundidade, passando a representar não 4%, mas 23% da superfície marinha da rede de parques nacionais, com a máxima protecção não só a espécies marinhas ameaçadas, mas aos corais, golfinhos e baleias.
No que à gestão ambiental das águas marinhas na área de expansão diz respeito, é o Estado que fica responsável, por isso será necessário encontrar fórmulas de colaboração com a comunidade autónoma. Além disso, enquanto uma nova lei não for aprovada para assegurar a gestão integral do parque nacional, a Organização Autónoma dos Parques Nacionais e o corpo administrativo das Ilhas Baleares estabelecerão mecanismos de coordenação e colaboração específicos destinados a facilitar a realização dos objectivos do parque.
Decisão esta que a OCEANA (organização de defesa e conservação dos oceanos, sem fins lucrativos) não pode deixar de “aplaudir”: “Hoje é um grande dia para o Mediterrâneo, um dos mares mais castigados do planeta. O Parque Nacional de Cabrera abriga uma enorme diversidade de ecossistemas e vida marinha, e é um emblema do património natural submerso que devemos transmitir às gerações seguintes. Cabrera é um verdadeiro Mediterrâneo em miniatura”, afirma Ricardo Aguilar, Director de Pesquisa da Oceana Europa. “Felicitamos o Ministério pela Transição Ecológica e o Governo das Baleares por este enorme avanço e esperamos que o caminho seja aberto para criar mais parques nacionais no mar”, conclui.
Note-se que o maior parque nacional do Mediterrâneo é o de Alonissos-Espóradas, na Grécia, com 160,000 hectares, tornando-se Cabrera o segundo em extensão. Sendo que a OCEANA admite trabalhar no alargamento deste parque desde que em 2007 realizou a primeira das seis expedições para aprofundar o conhecimento sobre as águas profundas. Campanhas essas que foram contando com o apoio económico não só da Comissão Europeia como da Fundação Adessium, da Fundação Robertson, da Fundação Third Millenium, do Governo das ilhas Baleares, da Fundação de Biodiversidade e do Ministério da Agricultura e das Pescas.
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