Em 2016, 111 tripulantes marítimos foram raptados no mar em todo o mundo, dos quais 8 foram mortos e 49 permanecem cativos, refere a empresa especializada em segurança no mar, Dryad Maritime, no seu último relatório, que destaca os raptos no Golfo da Guiné e Sudeste Asiático.
A Dryad Maritime refere que ocorreram 46 ataques no mar em 2016, contra 20 em 2015, nas águas da Nigéria, o que representa um aumento superior a 50%. Nessa região, foram raptados 51 tripulantes em 2016, contra 31 em 2015.
Já no Sudeste Asiático, embora tenha ocorrido uma diminuição de 55% no número de incidentes relatados em 2016, face a 2015 (106 contra 236), a Dryad Maritime antecipa que a abordagem de navios no Estreito de Singapura pode aumentar em 2017, como resultado da adaptação dos piratas a novos padrões operacionais das forças de segurança e à reconquista da confiança perdida na sequência das detenções de 2015.
Relativamente ao Mar Mediterrâneo, a Dryad Maritime refere que o fim do controlo de Sirte, na Líbia, pelo Daesh, é um ténue sinal de melhoria num país ainda destroçado pela guerra civil. Mas nem isso afasta as preocupações com as migrações do Norte de África e com os incidentes de segurança daí decorrentes.
No Oceano Índico, refere a empresa, a pirataria sofreu um revés, mas tal não afasta o risco para a navegação decorrente do conflito em curso no Iémen e que, além do envolvimento de navios mercantes na contenda, provocou o primeiro alegado ataque marítimo a navios com recurso a dispositivos explosivos em cinco anos.
Embora o número de incidentes de segurança tenha diminuído, o aumento do número de ataques “não deixa margem para complacência” e é uma realidade “que não pode ser ignorada”, refere Graeme Gibbon Brooks, CEO da Dryad Maritime. O mesmo responsável, porém, nota que aumentou o número de raptos de tripulantes para resgate, o que constitui motivo de preocupação.
Se compararmos com dados de 2012, no entanto, os dados actuais reflectem uma diminuição da pirataria marítima, refere a empresa. Em 2015 registaram-se 246 casos de pirataria marítima no alto mar e em 2016 esse número caiu para 191, refere a Dryad Maritime. A empresa justifica esta tendência com a existência de patrulhas navais mais eficientes e o aumento de segurança nos navios.
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