Menos produção de petróleo torna navios excedentários
OPEP

O transporte marítimo de crude deverá ser afectado pela decisão da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de reduzir a produção em 1,2 milhões de barris por dia a partir de Janeiro de 2017, segundo o DNB Markets, uma instituição norueguesa de serviços financeiros.

De acordo com o DNB Markets, menos produção da OPEP significará menos exportação de petróleo pelo Médio Oriente, menos petroleiros e maior velocidade dos navios. Só a Arábia Saudita reduzirá a produção em 500 mil barris por dia, fixando a produção da OPEP para 2017 em 10,06 milhões de barris por dia e com isso contribuindo para elevar os preços do petróleo.

Para a instituição, uma redução no contango (situação em que, no mercado de futuros, os preços a prazo excedem os preços à vista), que manteve as tarifas dos fretes de alguns dos grandes petroleiros (very large crude carriers, ou VLCC, com uma tonelagem bruta entre 180 mil e 320 mil dwt) mais tempo do que era esperado, e na backwardation (preços à vista mais elevados do que os preços a prazo, no mercado de futuros), irá libertar capacidade de armazenamento flutuante de petróleo, que neste momento é de 160 milhões de barris a bordo de navios ancorados e que representam 8% da frota global de navios tanque para transporte de crude.

Por outro lado, no caso de backwardation, a velocidade dos navios carregados, que tem sido inferior do que a velocidade óptima desde o segundo semestre de 2014, também passará a ser maior, libertando as águas de mais navios. “Por outras palavras, uma redução da OPEP será má, má, má para os navios tanque de crude”, refere o DNB Markets.

Por agora, de acordo com dados da OPEP relativos a Outubro, o mercado dos navios tanque, com destaque para os VLCC, registou um melhoramento, com aumento das tarifas dos fretes em todas as rotas face aos valores do mês anterior, ainda que abaixo dos valores de 2015.

 



Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

«Foi Portugal que deu ao Mar a dimensão que tem hoje.»
António E. Cançado
«Num sentimento de febre de ser para além doutro Oceano»
Fernando Pessoa
Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto.
Vergílio Ferreira
Só a alma sabe falar com o mar
Fiama Hasse Pais Brandão
Há mar e mar, há ir e voltar ... e é exactamente no voltar que está o génio.
Paráfrase a Alexandre O’Neill