Em contraste com o sentimento geral de que a utilização do gás natural liquefeito (GNL) como combustível marinho pode reduzir as emissões de CO2 em 75 por cento, Ian Adams, ex-CEO da International Bunker Industry Association (IBIA), associação representativa de fornecedores e utilizadores de combustíveis marinhos, manifesta-se “consternado por ver que o GNL está a ser promovido como solução para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa”, refere o World Maritime News, citando aquele especialista.
Para Ian Adams, “o GNL não é uma panaceia”, embora esteja documentado que é uma excelente solução para diminuir as emissões de óxido de azoto e enxofre. E acescenta que o reforço do uso do GNL como combustível marinho pode ser pior para o ambiente do que queimar fuéis pesados. Segundo afirma, o volume de energia contido no GNL é pouco mais de metade do que existe no fuel, pelo que extrair a mesma energia do consumo do GNL que se extrai do fuel, requer o dobro do consumo do volume de GNL.
Além disso, refere, “existe outra consideração importante: o GNL é essencialmente metano”. Ora, o metano é reconhecido como um gás com efeito de estufa e “amplamente considerado como 25 vezes mais prejudicial do que o CO2”, pelo que “bastaria um desvio de 4% na cadeia de abastecimento para atingir o mesmo nível de emissões de CO2 geradas actualmente pela indústria”, considera Ian Adams.
Ian Adams, Fellow do Institute of Marine Engineering, Science & Technology, que dirige actualmente a IBIA, terá feito estas declarações na sequência da recente decisão da IMO de tornar obrigatória para os navios de 5000 toneladas ou mais de tonelagem bruta a recolha de dados de consumo relativos a cada tipo de fuel utilizado, no sentido de fornecer informação para futuras decisões sobre medidas adicionais destinadas a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa por parte do transporte marítimo.
Um comentário em “GNL pode prejudicar o ambiente”
Deixe um comentário Cancelar resposta
- Mineração: importa saber o que temos e o modelo de concessões que queremos
- Nord Stream 2, energia e os dramas estratégicos da Europa
- O futuro da mineração em mar profundo
- Do Potencial das Energias Oceânicas em Portugal
- Projecto SE@PORTS apresentado amanhã em Leixões
- Impacto da mineração em mar profundo pode prolongar-se por décadas
- Agência de inovação britânica financia projecto de sistema autónomo para eólicas offshore
- Governo holandês apoia pesquisa sobre uso do metanol nos navios
`É pena que a opinião deste douto senhor não tenha vindo a público há mais tempo.
O assunto da utilização do GNL já há muito tempo que é falado e certamente que o dito senhor andava distraído. Ou será questões de “lobby”