A coligação SEA/LNG, criada para acelerar a implementação do gás natural liquefeito (GNL, ou LNG, em inglês), admitiu que a indústria do GNL está pronta para corresponder às exigências do transporte marítimo limpo, refere o World Maritime News.
O reconhecimento desta realidade por uma entidade que representa portos, sociedades classificadoras, empresas de transporte marítimo, fornecedores de equipamentos de GNL, entre outros, procura ser uma contribuição para a decisão que o Gabinete de Protecção do Ambiente Marinho (MEPC, em inglês) da IMO tomará em breve sobre a implementação de combustíveis marítimos com um teor de apenas 0,5% de enxofre a partir de 2020.
“Independentemente do timing que a IMO escolher para implementar o limite de 0,5% de enxofre, o GNL já é hoje um combustível limpo, prático e economicamente viável para a indústria do transporte marítimo”, refere a chairman da SEA/LNG, Peter Keller, citada pelo jornal.
A coligação industrial, que apoia a vigência do Anexo VI MARPOL relativa à poluição pelos navios, acredita que a data para a implementação do teor de enxofre de 0,5% nos combustíveis marítimos deve ser definida pelos Estados membros da MEPC.
A poucos dias da reunião da MEPC, prevista para decorrer entre 24 e 28 de Outubro, várias entidades têm manifestado a sua posição sobre o assunto. A BIMCO já se manifestou contra a implementação da medida em 2020, alegando falta de capacidade de resposta das refinarias e risco de carência generalizada de combustível. Já várias ONG consideraram que o adiamento da medida por cinco anos significará a morte de cerca de 200 mil pessoas em zonas costeiras de países em desenvolvimento devido a emissão de vapores tóxicos. Por outro lado, a European Sea Ports Organization (ESPO) também defende a data de 2020, argumentando com a harmonização de regimes aplicáveis aos combustíveis navais entre a IMO e a União Europeia.
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