O documento lembra que a Irlanda é o único país da UE com costa atlântica que não explora este recurso e que isso a coloca em desvantagem competitiva
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Um relatório da consultora KPMG para a The National Offshore Wind Energy Association of Ireland (NOW Ireland) considera que a grande oportunidade para a Irlanda seguir o caminho da descarbonização reside no aproveitamento da energia eólica offshore, refere o Safety4Sea. De acordo com a publicação, o relatório identifica uma procura crescente por energia renováveis na Irlanda e nesse contexto, reconhece que a energia eólica offshore poderá ter um papel importante a desempenhar.

A publicação refere que naquele país é esperado um crescimento da procura de electricidade até 2030 e que uma análise de vários cenários futuros da EirGrid, a operadora pública irlandesa de transmissão de energia eléctrica, estima que essa procura aumente entre 22% e 53% até 2031, especialmente devido ao crescimento económico e em particular ao crescimento em segmentos de indústrias energéticas, como centros de dados e veículos eléctricos.

Além disso, para cumprir metas nacionais e da União Europeia relativamente às energias renováveis, a resposta a essa procura terá de provir de fontes renováveis, como o vento. Até 2020, a Irlanda tem a meta de produzir 40% da sua electricidade a partir de fontes renováveis e 55% até 2030. Alguns sectores da indústria têm mesmo a ambição de que até 2030 essa percentagem seja de 70%.

Segundo refere Mike Hayes, autor do relatório da consultora, “apesar das energias solar e eólica onshore possam e devam desempenhar um papel chave, a capacidade de desenvolvimento e escala da energia eólica offshore significa que esta deve estar no centro da nossa estratégia para responder à procura”. O mesmo responsável acrescenta que “dramáticas reduções nos preços da tecnologia e melhores desempenhos significam que os custos da energia eólica offshore serão uma fracção do seu preço histórico, com uma trajectória até à paridade com outras tecnologias a médio prazo”.

De acordo com o relatório, “a Irlanda é o único país da União Europeia com costa atlântica que não está a desenvolver este recurso offshore”, o que não só coloca o país em desvantagem competitiva e económica, mas também exclui a Irlanda de um largo número de benefícios económicos e sociais que lhe estão associados.

O relatório diz ainda que entre esses benefícios constam receitas fiscais, receitas de exportação e vantagens da cadeia de abastecimento. Explorar a energia eólica offshore poderia ainda gerar cerca de 20 mil postos de trabalho até 2040 e evitar o pagamento de multas por não atingir as metas europeias para as energias renováveis de 2020 e 2030.

 



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