No seu discurso de tomada de posse, o novo Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante António Mendes Calado, sublinhou a importância da renovação e actualização dos navios da Esquadra, com prioridade máxima para a construção dos seis Navios Patrulha Oceânica em falta no Sistema de Forças e substituição do reabastecedor Bérrio.

A prioridade máxima concedida à continuidade do programa de construção dos seis Navios de Patrulha Oceânica em falta no Sistema de Forças, há muito previstos, tem em consideração também, como referido, a urgente necessidade de substituir as Corvetas ainda no activo e que, para além de terem sido construídas para teatros de operação bem distintos, estão a atingir quase 50 anos de serviço e tronar-se, por consequência, verdadeiramente obsoletas.

Nesse âmbito, i.e., no âmbito das operações de patrulha do mar sob jurisdição nacional, o novo Chefe do Estado-Maior da Armada e da Autoridade Marítima, considera igualmente fundamental a conclusão do programa de armamento dos cinco Navios Patrulha Costeira da nova Classe Tejo, dos quais apenas dois se encontram actualmente em operação.

Na mesma linha, Mendes Calado entende igualmente como determinante a rápida substituição do velho navio reabastecedor Bérrio, «sob pena de perdermos a capacidade expedicionária autónoma, crucial para um país como o nosso que tem uma vasta diáspora espalhada pelos quatro cantos do mundo».

A modernização das Fragatas e a garantia de pleno aprontamento dos Submarinos para o próximo ciclo operacional, «de forma a continuarmos a dar um contributo credível para a dissuasão militar e a acrescentar valor tangível às operações das organizações e alianças a que pertencemos», são outras das preocupações manifestadas no discurso de tomada de posse do novo CEMA, bem assim como o adequado reequipamento dos Fuzileiros e Mergulhadores.

Para além da modernização das capacidades hidro-oceanográficas e revigoramento dos meios de apoio à Autoridade Marítima Nacional, incluindo a construção de novas Lanchas Salva-Vidas, Mendes Calado tem ainda como objectivo estratégico a implantação de um Plano de Acção de reforço das capacidades de Ciberdefesa da Marinha, em articulação com o Centro de Ciberdefesa e Centro Nacional de Cibersegurança.

Planos e projectos a serem devidamente enquadrados no âmbito da revisão da Lei de Programação Militar, a ocorrer durante este ano em que será igualmente dada igualmente uma particular atenção ao «estabelecimento de um modelo de relacionamento com o Arsenal do Alfeite que permita melhorar o alinhamento da matriz de interesses das duas organizações e a qualidade dos serviços prestados na manutenção da Esquadra».

O discurso de tomada de posse do novo CEMA pode ser lido na íntegra aqui.

 



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