Em artigo de opinião publicado ontem no Observador, António Nogueira Leite, presidente do Fórum Oceano, reconhecido como o cluster português do mar, defendeu a “prospecção de petróleo e gás a cinquenta quilómetros da costa sudoeste ou mesmo de hidrocarbonetos ao largo do Algarve”.
Segundo considera, “não faz sentido o país eleger o desenvolvimento da economia do mar como um desígnio, mobilizar recursos políticos, diplomáticos, humanos e financeiros para esse suposto fim e depois enjeitar as primeiras possibilidades de poder almejar a uma alteração qualitativa da sua importância para o conjunto da riqueza que colectivamente poderemos produzir”.
Nogueira Leite admite que “em boa parte dos últimos 45 anos, Portugal virou as costas ao mar”, o que levou a que se “chegasse ao início do presente século com pouco mais do que uma mera afinidade emocional” ao mar, “presente em vários grupos da sociedade portuguesa, ainda que num contexto em que a larguíssima maioria dos agentes económicos nacionais não tem praticamente qualquer interacção económica com o nosso mar”.
Embora admita abaixa produtividade do “mar português” face à média europeia, o presidente do Fórum Oceano recorda que nos países costeiros da União Europeia, o sector com maiores níveis de produtividade é precisamente o da prospecção e exploração de petróleo e gás (1,7% do emprego, e 16% do valor acrescentado do sector), que hoje “não tem qualquer expressão em Portugal”.
Pelo que considera que essa exploração tem margem de progresso em Portugal e que, tal como a “opção estratégica pela ambiciosa exploração da nossa vasta plataforma continental”, insere-se “no objectivo de tirar partido com o máximo de racionalidade e de forma sustentável das enormes riquezas do Mar Português: minerais, energéticas, biológicas, etc.”.
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