O grupo armado nigeriano Niger Delta Avengers (NDA) proclamou o fim do cessar-fogo que mantinha acordado com o Governo da Nigéria e manifestou a intenção de impedir a entrada ao serviço de uma plataforma offshore (FPSO, ou floating production storage and offloading) em território do seu país, segundo informa o Maritime Executive.
Entre outras considerações, o grupo afirmou que está atento ao percurso da FPSO Engina – assim se chama a plataforma – da empresa Total, que partiu de um estaleiro sul-coreano rumo ao Delta do Níger para exploração de petróleo.
A FPSO é uma unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência, utilizada pelas empresas petrolíferas para a exploração e armazenamento de petróleo e/ou gás natural e escoamento da produção por navios cisterna.
No caso da Engina, trata-se da maior plataforma flutuante do seu género, capaz de processar 200 mil barris por dia de um campo ultra-profundo situado a 70 milhas náuticas de Port Harcourt, a capital do Estado de Rivers, na Nigéria.
Em 2016, os ataques do NDA reduziram a produção petrolífera da Nigéria de 2,2 milhões de barris por dia para 1,4 milhões de barris por dia no praz de dois meses, sobretudo através de operações contra oleodutos do Estado e de companhias estrangeiras, refere o Maritime Executive.
Tais operações, integradas na Operação Economia Vermelha, tiveram por objectivo provocar danos económicos para forçar o Governo nigeriano a negociar mais autonomia para região do Delta do Níger, conferindo-lhe maior poder decisório sobre os oleodutos e outras infra-estruturas ali situadas.
Segundo relatado, o grupo terá realizado 17 ataques a instalações, em momentos em que estas se encontravam sem pessoas, não tendo provocado mortos nem sequestrado ninguém. Desta vez, porém, o grupo ameaça realizar ataques brutais e sangrentos, destruindo todos os oleodutos que se destinem a extrair crude da Nigéria para outros destinos.
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