Um jornal filipino revelou imagens do que pode ser uma presença militar chinesa num atol próximo das disputadas Ilhas Spratly, no Mar do Sul da China. A confirmar-se, tal presença poderá ser objecto de um protesto formal das Filipinas
One Belt, One Road

Fotografias recentemente publicadas pelo Philippine Daily Inquirer parecem revelar a presença de dois aviões de transporte militar Xian Y-7 chineses na base aérea de Mischief Reef, uma elevação próximo das Ilhas Spratly, no Mar do Sul da China, onde a China instalou uma infra-estrutura, refere o Maritime Executive.

O Maritime Executive lembra que em 2015, o Presidente chinês Xi Jinping afirmou que o seu país não tinha intenções de militarizar as suas bases no Mar do Sul da China. Todavia, refere o mesmo jornal, em Dezembro de 2016, imagens de satélite revelavam a presença de armas defensivas nas Ilhas Spratly.

E na semana passada, um porta-voz do Ministério da Defesa da China terá afirmado que a China tem o direito natural, enquanto nação soberana, de instalar as suas forças em novas bases. O jornal refere ainda que as imagens agora reveladas podem ser a confirmação de que a China tenciona usar abertamente as suas ilhas artificiais para fins militares.

Entretanto, o Maritime Executive nota que o Governo filipino está a procurar confirmar a presença de aviões militares em Mischief Reef, o que, a acontecer, implicará um protesto diplomático das Filipinas, de acordo com fonte governamental filipina. O Governo filipino terá igualmente apelado a todas as partes envolvidas nas Ilhas Spratly a removerem as suas forças militares.

O mesmo jornal refere que apesar de também reclamar direitos sobre as Ilhas Spratly, disputadas igualmente por outros países da região, como a Malásia e o Vietname, as Filipinas reforçaram os seus laços comerciais com a China. Algo que levou os Governos malaio e vietnamita a manifestarem preocupações sobre o efeito que tal aproximação pode ter no reforço das pretensões chinesas no Mar do Sul da China. O que também não impediu o Vietname de negociar parcerias com a China, embora somente depois de pressões comerciais chinesas.

Também na semana passada, Xi Jinping supervisionou aquela a que a estação norte-americana CNN chamou a maior parada naval da história da China, depois de dois dias de exercícios militares, precisamente no Mar do Sul da China. Uma demonstração de força na qual participaram 10 mil militares, 48 navios e 78 caças, refere a CNN, com base em declarações do Ministério da Defesa chinês.

 



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