Fadiga, tensão profissional e distância da família estão entre as principais causas de fragilização da saúde mental dos marítimos, segundo um boletim publicado pela AMSA
Hyundai Merchant Marine

Recentemente, a Autoridade Australiana para a Segurança Marítima (Australian Maritime Safety Authority, ou AMSA) publicou um boletim dedicado à saúde mental dos marítimos, no qual reflecte conclusões de vários estudos sobre o tema e sugere medidas para promover uma boa saúde mental a bordo dos navios.

Um dos estudos citados resultou de uma pesquisa feita pela AMSA e duas universidades (de acordo com a Sfety4Sea) a 1.026 marítimos que escalaram portos australianos, na qual mais de 20% dos inquiridos admitiram sentir tensão por estarem ausentes da família e um número considerável admitiu trabalhar mais do que 64 horas semanais.

O número de horas de trabalho por semana constituiu um dado alarmante, dado que o estudo concluiu que os marítimos que revelaram maior pressão laboral, fadiga e sono estavam mais sujeitos a sintomas de uma saúde mental debilitada, como ansiedade ou depressão.

Entre as causas de fragilização da saúde mental a bordo, o estudo identificou a pressão laboral, tarefas crescentemente repetitivas e enfadonhas, dificuldade em ter um sono e um repouso de qualidade, preocupações em errar, estar ausente de casa por longos períodos de tempo e pressão resultante de inspecções tarefas administrativas cada vez mais frequentes.

O estudo concluiu também que a combinação de pressão laboral, recursos do trabalho (confiança no supervisor, estabilidade da tripulação e segurança da chefia) e fadiga e sono justificava 49,7% dos sintomas de fragilização da saúde mental dos marítimos.



Um comentário em “Autoridades australianas publicaram boletim sobre saúde mental dos marítimos”

  1. Orlando Temes de Oliveira diz:

    Esta questão teria que vir à tona de água. Está a ser exigido nos limites da capacidade humana. E isto tem consequências na segurança. Mas também não é argumento para justificar os navios sem tripulação (onde a segurança também não ficará garantida).Será que o lucro no negócio justifica tudo?

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

«Foi Portugal que deu ao Mar a dimensão que tem hoje.»
António E. Cançado
«Num sentimento de febre de ser para além doutro Oceano»
Fernando Pessoa
Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto.
Vergílio Ferreira
Só a alma sabe falar com o mar
Fiama Hasse Pais Brandão
Há mar e mar, há ir e voltar ... e é exactamente no voltar que está o génio.
Paráfrase a Alexandre O’Neill