Desde 18 de Setembro e até amanhã, a Rússia e a China levam a cabo um exercício naval conjunto ao largo da costa da Coreia do Norte, o primeiro deste género que realizam este ano no Oceano Pacífico, referem vários meios de comunicação internacionais. O exercício é a segunda parte do «Joint Sea-2017», que arrancou em Junho, e culminará depois, entre 22 e 26 deste mês, em águas próximas de Vladivostok, no Mar de Okhotsk.
Até amanhã, vários exercícios envolvem, entre outras forças, tropas especiais russas e chinesas, salvamento de submarinos e manobras anti-submarinos. Do lado chinês, participam o destroyer Shijiazhuang, que chefia a frota chinesa, o navio-patrulha Da Qing, o navio de abastecimento Dong Pinghu e o navio de salvamento Changdao, referem vários meios de informação. Do lado russo, participam o navio anti-submarino Admiral Tributs, a corveta Sovershenniy (Flawless), o navio de salvamento Igor Belousov, um navio míssil R-11, o navio anti-submarino Sovetskaya Gavan (Soviet Harbor), o hydrofoil Victor Faleev, um rebocador MB-93 e dois submarinos a diesel não identificados, referem várias fontes.
Embora nenhum dos países relacione o exercício com a tensão que se vive na península da Coreia devido aos ensaios de mísseis balísticos da Coreia do Norte e quer a Rússia, quer a China, enfatizem a consolidação de uma parceria e de uma cooperação prática entre as duas marinhas, sem qualquer ameaça a outros Estados, a verdade é que ele decorre num contexto político e militar sensível na região e não deixa de ser considerado por alguns analistas como uma prova de força das duas forças navais. Um aviso à Coreia do Norte, mas também um aviso aos Estados Unidos, cujo Presidente, Donald Trump, ameaçou recentemente destruir a Coreia do Norte se o seu país for forçado a defender-se ou aos seus aliados.
Segundo Dmitry Peskov, o porta-voz do Presidente russo, Vladimir Putin, citado por alguns meios de comunicação, “a Rússia está profundamente preocupada com mais lançamentos provocatórios, que levam a uma escalada da tensão na península”. O mesmo responsável, porém, terá acrescentado que desaprovava a retórica agressiva dos Estados Unidos relacionada com a mesma questão. Já a China tem manifestado paciência face ao comportamento da Coreia do Norte, embora mantenha algum embaraço face aos testes militares realizados sucessivamente pelos norte-coreanos, que têm sido economicamente protegidos por Pequim, e esteja sob pressão dos Estados Unidos para deixar de apoiar o regime de Pyongyang, assim forçando Kim Jong-Un a terminar com os lançamentos de mísseis.
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