A Yilport, na qualidade de operador portuário, lamenta a greve decretada pelo Sindicato dos Estivadores e da Actividade Logística (SEAL) que ontem começou no porto de Lisboa, conforme constava do pré-anúncio de dia 6 de Maio. Aquele operador mantém, todavia, disponibilidade para dialogar com o sindicato, segundo apurámos junto da empresa.
De acordo com o pré-aviso, a greve incide sobre o trabalho suplementar, nos dias úteis, e sobre todo o trabalho, nos Sábados, Domingos e feriados, entre as 08H00 de 21 de Maio e as 08H00 de 2 de Junho. Então, o sindicato afirmava manter “algum optimismo moderado” num “entendimento global” susceptível de ser alcançado na reunião prevista para 18 de Maio, a última antes da data anunciada para o início da greve.
No blogue O Estivador, António Mariano, dirigente do SEAL, considera que o sindicato “sustenta que as conversações foram degradadas com discussões anteriores sobre o que considera serem reiteradas práticas anti-sindicais alegadamente levadas a cabo pelo Grupo Yilport”.
António Mariano considera também que “para nosso espanto, chegou ao nosso conhecimento que, na véspera da reunião, o grupo Yilport tinha subido mais um degrau nas suas práticas anti-sindicais determinando que seria averbada falta injustificada e, adicionalmente, seria impedido de retomar o trabalho nas 24 horas seguintes, qualquer trabalhador, dos seus quadros ou da pool, que não comparecesse na empresa em virtude da realização de qualquer reunião de trabalhadores que as mesmas, unilateral e discricionariamente considerassem ilegal”.
Tais práticas “que, com contornos diferentes, se verificam também noutros portos nacionais, as quais estão sob investigação do Ministério Público, já constam aliás do ponto iv da alínea d) do pré-aviso porque, como consequência das reuniões de trabalhadores realizadas nos últimos meses, as empresas desse grupo já tinham averbado faltas injustificadas a alguns dos seus trabalhadores – bem como a trabalhadores da pool de estivadores que as servem – alguns dos quais nunca na sua carreira de décadas tinham tido esse tipo de faltas, porque a realização das reuniões de trabalhadores promovidas pelo Sindicato sempre foi prática normal e respeitada pelas empresas, desde que avisadas nos prazos legais como, naturalmente, sempre foram”, refere o mesmo autor.
Segundo se refere no mesmo blogue, “a discussão deste ponto prévio, durante horas, não permitiu a entrada nos restantes pontos do pré-aviso porque o representante da empresa do grupo Yilport se dividiu entre as ordens que alegadamente teria que receber de Istambul e a sua argumentação jurídica tão radical e incompreensível que nem os seus próprios pares a corroboram”.
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