Numa conferência sobre engenharia e arquitectura naval, Rodrigo Rato reforçou o interesse na organização da prova em ampliar a relação com Lisboa
Volvo Oceran Race

Rodrigo Rato, colaborador da Volvo Ocean Race (VOR), reforçou recentemente o interesse dos organizadores da prova em manter Lisboa no seu itinerário nos próximos seis anos, ou seja, nas duas próximas edições, na linha, aliás, do que já tinham aprovado em 2016. A mensagem foi transmitida durante uma intervenção de Rodrigo Rato na V Conferência sobre Arquitectura Naval e Engenharia Marítima, organizada pelo Núcleo de Alunos de Engenharia Naval (NAEN) do Instituto Superior Técnico (IST) e que decorreu nos dias 1 e 2 de Março, em Lisboa.

Citando uma declaração de Mark Turner, CEO da organização da prova, que afirmou querer “uma parceria sem precedentes com Lisboa de modo a que seja a capital mundial da vela na próxima década”, Rodrigo Rato recordou o impacto da localização em Lisboa do boatyard da edição em curso e expôs cinco pilares nos quais a VOR gostaria de ver assentes essa parceria.

Tais pilares consistem em manter Lisboa como host city da prova, o que significa tê-la como stop over, ou escala oficial, como sucedeu nas 13ª e 14ª edições, manter o boatyard na capital portuguesa como centro técnico e de investigação e desenvolvimento, criar uma equipa portuguesa para a competição, criar um novo centro de exposições da VOR (Blue Center) e manter a cidade como centro de treino da prova. Questionado pela audiência sobre se está prevista a construção de um novo modelo do navio oficial da prova em Portugal, Rodrigo Rato insinuou que seria difícil.

Além de Rodrigo Rato, que fez uma breve apresentação da importância da prova para Lisboa, o evento contou ainda com apresentações de Sebastião Carvalho, da GALP, sobre o departamento de Maritime Safety da empresa, de Duarte Lynce de Faria, Administrador do Porto de Sines, sobre o porto de Sines, e de Paulo Figueiredo, do CEiiA, sobre este centro de engenharia.

O evento promoveu ainda dois painéis de debate, um com quatro antigos alunos do IST – Luís Figueiredo, do Grupo ETE, José Gordo, docente do Centro de Engenharia e Tecnologia Naval e Oceânica (CENTEC) do IST, Filipa Sanches, da Vera Navis, e Sebastião Carvalho, da GALP – e outro dedicado ao tema do mar em 2050, com Andormac Miranda, da West Sea, Fernando Afonso, da Faculdade de Medicina Veterinária (FMV), e António Maximiano, da Wavec, moderado por Tiago Santos, do CENTEC.

O painel dos quatro antigos alunos do IST partilhou com a audiência, composta essencialmente por alunos da instituição, portugueses e estrangeiros, as respectivas experiências profissionais e debateu temas relacionados com inserção no mercado de trabalho e o papel do curso na formação dos profissionais desta área.

A importância de um emprego estável, versus diversificação de experiências profissionais, a opção por trabalhar em Portugal ou no estrangeiro (relação entre o custo social de um aluno e a sua debandada depois da formação), a atitude de um recém-licenciado em princípio de carreira (humildade, vontade de aprender, persistência), a importância dos estágios e a capacidade de atracção do curso de Engenharia Naval do IST foram igualmente tópicos discutidos.

O segundo painel também partilhou as suas experiências profissionais com a audiência e debateu o papel da engenharia naval na construção de navios, embarcações de suporte à aquicultura, estruturas para aquicultura e plataformas para desenvolvimento de projectos offshore relacionados com as energias renováveis marítimas (eólica e das ondas).



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