Foram recentemente apresentados, na Feira náutica Boot Dusseldorf 2018, na Alemanha, os vencedores dos prémios da Ocean Tribute Award 2018, uma distinção promovida pela Fundação Príncipe Alberto e a Fundação Alemã para os Oceanos destinada a proteger os oceanos.
Na categoria de Sociedade, apesar de bem disputada (no caso, entre a Fundação Melanesian Coral Sea e o Sky Ocean Rescue) a vencedora foi a Malizia Ocean Challenge, fundada por Pierre Casiraghi e Boris Herrmann, cuja campanha, sob a bandeira do Yacht Club de Mónaco, é dedicada ao desafio de fazer o melhor pela natureza. Para tal, a equipa, levando jovens de todo o mundo a bordo, recolhe dados sobre o estado dos oceanos e avalia-os em estreita cooperação com o Instituto Max Planck de Meteorologia, em Hamburgo, e o IFM Geomar, em Kiel. O foco está nas respostas a perguntas sobre a absorção de CO2 pelo oceano.
Com nomeados como a Neptu Therm ou a Next Wave, o vencedor, na categoria da Indústria, foi o Neptu Therm. A ideia, que surgiu das chamadas bolas de Neptuno e ervas marinhas, encontradas em grandes quantidades nas praias do Mediterrâneo, enquanto o fundador, Richard Meier, praticava kitesurf, gerou uma ideia tão básica e simples quanto engenhosa: o Neptu Therm transforma as esferas naturais de Neptuno de folhas de algas mortas num material isolante muito procurado, completamente natural e eficiente em termos energéticos. O produto, puramente biológico e dificilmente combustível, é cada vez mais utilizado na construção civil. Certificado pela Blue Angel, este não é inferior aos produtos industriais tradicionais. É completamente degradável e pode ser reutilizado.
Os três nomeados na categoria Ciência do Ocean Award foram igualmente impressionantes ao demonstrar grandes ideias para envolver o público na protecção dos oceanos. Com muita criatividade e determinação, os três melhores candidatos – Alnitak, The Ocean Race e os recifes de corais de jardinagem – desenvolveram os seus projectos. O vencedor é The Ocean Race, anteriormente conhecida como Volvo Ocean Race, por ter estabelecido novos padrões de consciencialização global sobre os níveis dramáticos de poluição dos oceanos com resíduos de plástico.
Recorde-se que durante a 13ª edição desta aventura, sete equipas recolheram dados sobre micro-plásticos, temperaturas da água, níveis de CO2 e muito mais nas regiões mais remotas. Os dados foram avaliados e posteriormente processados por cientistas internacionais. Estando inclusivamente a trabalhar com a iniciativa #CleanSeas da ONU. A iniciativa sustentável alcançou mais de 100.000 crianças em idade escolar e mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo.
Após as cerimónias de premiação, realizaram-se “discussões longas e animadas entre os convidados sobre os projectos interessantes e comprometidos”, segundo comunicado oficial, sendo que o evento se iniciou com o vice-presidente da fundação Prince Albert II, Bernard Fautrier, o CEO da Messe Düsseldorf, Werner M. Dornscheidt, o Conselho Executivo da Fundação Marinha Alemã, Frank Schweikert, e o representante da Fundação Prince Albert II na Alemanha, Bernd Kunth, que assinaram o novo acordo de cooperação para a continuação do projecto – prémio Ocean Tribute nos próximos três anos.
- Para salvar os oceanos e os cetáceos temos de actuar já
- Para Celebrar o Dia da Terra _ e do Mar também…
- Bandeira Azul não se aplica apenas às praias mas também a Marinas e Marítimo-Turística
- Os quatro anos da Fundação Oceano Azul e a importância das AMP
- 14 Municípios já aceitaram competências para gerir praias
- Nem só de plásticos morrem os animais marinhos
- Foram resgatadas três baterias poluentes perto da Ilha de Culatra
- Cientistas marinhos reivindicam atenção dos governos