A Marine Harvest ASA, o maior produtor mundial de salmão do Atlântico apresentou um projecto de desenvolvimento de um viveiro de aquacultura de salmão num navio, dados os problemas actualmente existentes com o surto de piolho do mar que tem estado a afectar a produção em todo o mundo e muito em especial as águas da Noruega.
Como relata uma notícia da Bloomberg, citando o Nordea Bank, a produção de salmão caiu já este ano cerca de 7%, estando nas 2,15 milhões de toneladas produzidas, tanto devido ao piolho do mar que está a afectar as águas norueguesas como um outro surto de algas está igualmente a afectar a produção do Chile, a segunda maior nação produtora de salmão em âmbito mundial, levando também a um aumento de preços que estão próximo de terem triplicado em relação a 2011.
Nesse enquadramento, o projecto da Marine Harvest de construção de uma aquacultura num navio justifica-se também porquanto encontrando-se a infestação até uma profundidade entre os 7 e os 8 metros, torna-se possível ir buscar água a níveis inferiores sem perigo de contaminação nem fuga dos respectivos indivíduos.
Não se sabe exactamente o custo de uma unidade destas cujo primeiro protótipo ainda se encontra para aprovação pelas autoridades norueguesas. Todavia, para além da licença que poderá valer na casa dos 6,43 milhões de euros, embora, neste caso o Governo possa baixar para cerca de 1,07 milhões por se tratar de um projecto-piloto, haverá a somar a aquisição de um navio Panamax com uma idade próximo dos 10 anos que custará na casa dos 6,28 milhões de euros, a respectiva modificação para integração de 6 tanques de produção, o que terá igualmente um custo entre 2,25 e 4,5 milhões de euros, podendo assim totalizar o projecto, em termos de investimento, na pior das hipóteses, um valor próximo dos 17 milhões de euros, o que, apesar de tudo, corresponde a cerca de metade do valor de uma unidade de produção convencional.
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