É tempo de começarmos a pensar na VII Grande Conferência do Jornal da Economia do Mar que irá ter lugar a 13 e 14 de Novembro próximo na Centro Cultural de Cascais.

VII Grande Conferência do Jornal da Economia do Mar

… e o Mar, Senhores,

50 Anos depois?

Sete os dias da Criação…

… como sete os dias da semana, sete os secretos selos do Apocalipse; como sete as cores do arco-íris, sete as notas musicais, sete as virtudes cardeais, sete os pecados mortais, sete os anos de penúria que se seguem a sete anos de fartura, como sete os anos que serviu Jacob a Labão e mais outros sete serviria se por tão grande amor por Raquel tão curta não fora a vida,  como sete os Mares e por grupos de sete sempre sobrevêm os seus respectivos sempiternos sucessivos ciclos …

… como sete as propriedades da matéria, sete as colinas de Lisboa e sete os anos vividos já pelo «Jornal da Economia do Mar».

E se «Sete» é símbolo, se assim se pode dizer, de «fecho de ciclo» por atingimento da sua «perfeição», não sendo, porém, o atingimento da absoluta perfeição própria deste mundo e, por isso mesmo, encontrar-se sempre este mundo em eterno movimento de permanente busca dessa mesma sempre possível perfeição, ao termo de um ciclo sempre tenderá a suceder-se um outro, de modo a que se mantenha igualmente permanente a necessária perpétua Renovação do Mundo em busca dessa mesma sempre suposta possível perfeição _ e assim prosseguindo e  sucedendo pelos tempos fora, quem sabe, ad aeternum

Assim, sete longos anos passados do início do projecto do Jornal da Economia do Mar, das Grandes Conferências do Jornal da Economia do Mar, a pergunta que surge é, natural e necessariamente, a de saber se tem sentido prosseguir ou, pelo contrário, se deverá dar como concluído quanto está, na sua imperfeição própria, já realizado e, como próprio é também deste mundo, se encontra já plena e definitivamente passado à História também.

Como saber?…

Como decidir?…

A razão e finalidade do lançamento do projecto do Jornal da Economia do Mar: «constituir-se como um determinante contributo para  dar aos Portugueses a plena consciência da decisiva importância do Mar para Portugal, seja em termos Económicos, Geopolíticos ou Geoestratégicos, e, mais ainda, no que vulgarmente se designa como Identidade, sob pena de, persistindo na “apagada e vil tristeza” em que tem vivido, Portugal, esvaindo-se até completamente se anular, acabar, simplesmente, por desaparecer _ como é já patente tender, hoje, a suceder».

Nove anos depois _ sendo nove, como Dante bem sabia, o número da sabedoria _ o Mundo já não é o Mundo de há nove anos.

Por um lado, os desafios são essencialmente os mesmos, por certo, mas, por outro, na contingência que é própria do Mundo, tudo é diferente; e diferente, por isso mesmo, o modo de abordar os mesmos desafios de sempre e os desafios próprios da contingência destes dias.

E por isso mesmo também, a VII Grande Conferência do Jornal da Economia do Mar irá ser uma Conferência de transição _ porque, enquanto o destino nos conceder, por mais Sete ou quantos mais anos os deuses determinarem, aqui continuaremos a defender Portugal e o Mar, de acordo com quanto se entenda serem os desafios próprios de cada ciclo do Mundo.



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«Foi Portugal que deu ao Mar a dimensão que tem hoje.»
António E. Cançado
«Num sentimento de febre de ser para além doutro Oceano»
Fernando Pessoa
Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto.
Vergílio Ferreira
Só a alma sabe falar com o mar
Fiama Hasse Pais Brandão
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Paráfrase a Alexandre O’Neill