A partir do final de Janeiro de 2017, estará disponível no mercado português a vacina Alpha Dip Vip, destinada a prevenir a vibriose no robalo. Portugal foi, aliás, o primeiro país em que a vacina foi apresentada junto do mercado de aquacultura, apurou o nosso jornal junto de Roberto Guijarro, Director-Geral da Pharmaq Spain Aqua, a empresa produtora. E deverá ser a primeira de uma série de vacinas dirigidas à produção aquícola que chegarão ao mercado português nos próximos anos, segundo a mesma fonte.
De acordo com o mesmo responsável, o primeiro lote da vacina foi fabricado em finais de Outubro deste ano, mas já existe autorização para a sua distribuição no nosso país, que será feita pela BIO2, parceiro da Pharmaq em Portugal. Além de Portugal, já existe autorização para a distribuir na Grécia, Croácia, Itália e Espanha.
A escolha do distribuidor é uma obrigação legal, pois “é legalmente obrigatório distribuir a vacina e outros medicamentos de utilização veterinária através de distribuidores autorizados, não sendo legal fazê-lo directamente pelos laboratórios”, esclareceu-nos Roberto Guijarro. A escolha recaiu na BIO2 porque “tem uma grande infra-estrutura para fornecer a vacina em qualquer ponto do país de forma rápida e segura”, acrescentou.
Segundo apurámos junto da Pharmaq, a Alpha Dip Vip está autorizada pela Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) para ser aplicada “por imersão durante 60 segundos”, na base de um litro por 19 litros de água, e está recomendada para aplicar uma vez sobre robalos de um grama e duas vezes nos de 5 gramas.
De acordo com o responsável da Pharmaq, “os resultados técnicos em condições controladas revelam uma percentagem relativa de sobrevivência em peixes vacinados sempre superior a 75%.
Roberto Guijarro referiu-nos que esta é “a única vacina legalmente autorizada para protecção contra a vibriose no robalo pelas autoridades portuguesas” e espera alcançar 100% de quota de mercado em dois anos. “Mas este tempo dependerá da adaptação dos produtores às novas práticas de vacinação”, referiu. No mercado português, não existem outras vacinas autorizadas para o robalo, segundo este responsável. “Só para a dourada, os pregados e a truta”, referiu-nos.
Segundo nos afirmou, ainda não existem encomendas, pois até há pouco tempo ainda não existia confirmação da data de fabrico da vacina, que dependia da programação da fábrica de Overhalla, na Noruega. Mas acredita que será um instrumento que poderá “acrescentar rentabilidade à produção e melhorar a qualidade sanitária da produção aquícola, reduzindo as doenças dos peixes e o uso de antibióticos”.
Actualmente, a vacinação entre a produção aquícola é muito comum, em particular no salmão e na truta, e cada vez mais usada “na produção de novas espécies aquícolas, como o robalo, a dourada, o pregado ou a tilápia”. E acrescenta que na Grécia e na Turquia, que são importantes produtores de robalo, vacina-se grande percentagem de peixes, bem como em Espanha e França”.
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