Esta é uma perspectiva da consultora Drewry, que considera que os riscos de mercado, como as guerras comerciais e o aumento dos preços do combustível marítimo, estão a travar encomendas neste segmento de negócio
Drewry

O transporte marítimo de veículos vai continuar a recuperar, depois de uma quebra em 2016, embora a um ritmo mais lento do que até aqui, segundo a consultora Drewry, citada pela Safety4Sea. A publicação nota que se registou um crescimento recorde de 6% entre 2016 e 2017 no transporte marítimo de veículos acabados.

Apesar desta recuperação, regista-se um baixo nível de encomendas de navios para este tipo de transporte, com armadores e operadores a suspenderem as aquisições, devido às incertezas do mercado, induzidas principalmente pela perspectiva de agravamento de guerras comerciais do aumento do custo do combustível (resultante das futuras regras sobre tipos de combustível marítimo a impor pela IMO a partir de 2020).

A publicação refere que no primeiro semestre deste ano, apenas quatro navios para este tipo de transporte foram encomendados. E que a actividade de charter neste segmento incide sobretudo em contratos de curta duração. E ainda que a recuperação em curso também está ameaçada por taxas de transporte elevadas, concentração progressiva da produção de veículos e a transição da venda de automóveis de mercados maduros para mercados mais voláteis que estão a emergir.

Estes desenvolvimentos significam menores distâncias no transporte marítimo de veículos e escalas em porto mais frequentes e prolongadas, muitas vezes em terminais menos eficientes, que diminuem a eficiência operacional dos navios. Segundo a Drewry, a eficiência deste segmento diminuiu 39% desde 2007, devido à navegação a menores velocidades e mais tempo despendido em portos, uma realidade para a qual a consultora não vislumbra grandes alterações.



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