O Sindicato XXI, que se assume como o “maior sindicato representativo do sector portuário, sediado em Sines e representativo dos inúmeros estivadores de Sines”, emitiu recentemente um duro comunicado repudiando considerações do Sindicato Nacional dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego, Conferentes Marítimos e Outros (SETC) feitas igualmente em comunicado.
Em 6 de Março, o SETC, em representação de trabalhadores portuários com actividade profissional no seu âmbito estatutário em vários portos, incluindo o de Sines, emitiu um pré-aviso de greve circunscrito “à abstenção da prestação do trabalho incidente sobre cargas ou navios que neste contexto de greve, sejam ou tenham sido desviados dos portos espanhóis para qualquer dos portos portugueses abrangidos por este pré-aviso…”.
Face aos motivos expostos no seu comunicado, é claro que a greve pré-anunciada pelo SETC é um acto de “solidariedade internacional” para com os estivadores espanhóis e simultaneamente uma contestação ao que este sindicato considera “desregulamentação laboral do sector portuário”, agora verificada em Espanha, tal como a que consideram ter sucedido recentemente em Portugal, aludindo mesmo a “evidentes efeitos de contágio”.
No seu comunicado, o SETC rejeita ser comprado “por vouchers de 70 euros para despachar mais navios desviados de Espanha” e assim colaborar “objectivamente na tentativa de despedimento colectivo em curso, planeado pelo governo espanhol, em promíscua relação com o capital sem fronteiras, ao qual presta interessada vassalagem”.
O Sindicato XXI acusa o SETC de “insinuações graves, como a falta de solidariedade” face à situação dos estivadores espanhóis e de lançar um pré-aviso de greve “aos portos nacionais, abrangendo Sines, sem no entanto contactar o Sindicato XXI”, no qual “o SETC é minoritário e residual, não possuindo sequer representante local”.
E rebate outra acusação do SETC afirmando que “não nos vendemos por vouchers de 70€”, como considera insinuado por aquele sindicato, “pois não nos reconhecemos nesse tipo de insulto barato, tal como não nos iríamos vender à ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, por um prato de lentilhas”.
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