A utilização de exaustores de gases de escape dos navios (scrubbers) está limitada a 10 anos devido à acidez da água de limpeza, que constitui um desafio a este tipo de equipamento, reconheceu Dragos Rauta, Director Técnico da Intertanko, uma associação de armadores independentes de navios tanque e petroleiros, citado pelo World Maritime News.
A consideração de Rauta consta de um relatório denominado «2020 Sulphur Cap: Is the industry ready for the long-run?» dos promotores da feira Sea Asia. Ali, Rauta refere que além dos combustíveis limpos, não antevê muitas outras soluções de longo prazo que a indústria marítima possa implementar para cumprir as futuras regras internacionais sobre o teor de enxofre admitido nos combustíveis marítimos e que entrarão em vigor em 2020.
No mesmo relatório, o Director Técnico da Intertanko e outros agentes da indústria marítima analisam as três principais soluções que têm sido adiantadas pelo sector para fazer face ao futuro cenário: os combustíveis com baixo teor de enxofre (LSFO), os scrubbers e o gás natural liquefeito (GNL). E não identificam uma solução viável e sustentável a longo prazo, pelo que defendem a continuação da procura de uma solução que antecipe a realidade da indústria e do panorama da sustentabilidade para lá de 2020. Uma demonstração da falta de consenso entre a indústria face à melhor solução.
Até porque, conforme refere Khalid Hashim, Director da Precious Shipping, uma empresa armadora de navios para transporte de cara seca, face ao objectivo da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla inglesa) de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 50% até 2050, a indústria tem oportunidade de identificar soluções inovadoras susceptíveis de atingir um cenário de total descarbonização no sector.
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