José Pedro Amaral, o principal responsável pelo projecto Sail Portugal, ainda não revelou tudo quanto é possível já saber e quanto está já em execução, percebe-se que algo está a mudar no mundo da vela em Portugal.
No jantar realizado Sexta-feira passada no Estaleiro da Volvo Ocean Race, organizado por Eduardo Almeida Faria para apresentação do projecto, José Pero Amaral centrou-se sobretudo sobre o projecto da equipa portuguesa de Extreme Sailing e na Volvo Ocean Race, não deixando de destacar a importância do apoio de Andrew Pindar ao próprio projecto Sail Portugal.
Presente no jantar, minutos antes, Andrew Pindar, entre outros aspectos, responsável por todo o apoio logístico às regatas do Extreme Sailing Series e da Volvo Ocean Race através da GAC Pindar, o que denota bem o seu conhecimento e peso no mundo da vela ao mais alto nível, para além de destacar a importância do novo projecto em que agora está entusiasticamente envolvido, chegou mesmo a afirmar ter como grande objectivo para o mesmo vir a transformar Lisboa no centro mundial da vela oceânica, dadas as condições únicas existentes e que explicam também a escolha das equipas da Volvo Ocean Race como ponto de treino para a próxima volta ao mundo.
José Amaral, pegando no mote, começou por destacar a formação da primeira equipa portuguesa no Extreme Sailing Series, liderada por Diogo Cayolla, onde apenas um elemento da equipa, Javier da La Plaza, não é português mas espanhol, que alcançou já excelentes resultados na segunda prova deste ano, na China, e que poderá vir a ser uma espécie de preparação para uma futura equipa na Volvo Ocean Race com base nacional.
De qualquer modo, como todos os grandes projectos, este não deixa também de ter os seus aspectos económicos e, nesse enquadramento, José Amaral não deixou e destacar, desde logo, a instalação, pela primeira vez, dos Estaleiros da Volvo Ocean Race em Pedrouços, ou seja, o local onde todos os barcos da Volvo Ocean race irão ser preparados para a próxima volta ao mundo, oferecendo assim também enormes oportunidades a fornecedores portugueses nas mais variadas áreas.
Em segundo lugar, não menos importante, dentro de duas semanas, começam a chegar igualmente a Lisboa todas as equipas que irão participar na próxima Volvo Ocean Race para fazerem de Pedrouços a sua base de treino, não se podendo esquecer que são equipas que têm orçamentos, tanto quanto é possível saber, a rondar entre os 15 e os 25 milhões de euros, atraindo também muitos jornalistas o que não deixará de ser importante para a promoção de Portugal como centro com condições únicas na Europa e eventualmente no mundo, para a prática da vela.
Além, quando a equipa Abu Dhabi, os vencedores da última edição da Volvo Ocean Race, treinou em Cascais, a Câmara estimou um valor de receitas deixadas no Concelho na ordem dos 2,5 milhões de euros, para além, evidentemente, de toda a promoção que tal circunstância não deixou de representar e que, entre outros aspectos, não deixará de ter como consequência a actual escolha das restantes equipas para treinarem onde, de facto, têm as melhores condições.
Finalmente, também não menos importante, será igualmente a realização em Portugal, uma vez mais, de uma prova da Extreme Sailing Series, mais concretamente, de 6 a 9 de Outubro próximo, em Oeiras.
E tudo isto, para além de Lisboa voltar a ser um ponto e paragem na próxima Volvo Ocean Race, no caso, logo no final da primeira etapa, é o que para já se vê e se pode dizer porquanto, segundo José Pero Amaral, outros aspectos correlacionados, tão ou mais importantes, encontram-se igualmente em negociação para serem revelados, espera-se, também a breve prazo.
4 comentários em “Sail Portugal: para revolucionar a náutica em Portugal”
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Acho importante fazer Portugal um país de velejadores e onde a náutica e o mar estejam mais incluídos na vida dos portugueses. Mas é importante primeiro tornar o desporto mais inclusivo. Deixar de ser elitista. Incluir a vela nos desportos escolares, criar clubes novos, construir barcos, ensinar a construir e reconstruir barcos . Só depois podemos falar em ter Portugal capital da vela. Vamos caminhando. Sem exageros .
Concordo sem duvida com os comentários acima. Louvo o empenho , a iniciativa, o facto de trazermos para Portugal estes eventos, louvo os atletas que la fora trabalham para que estas coisas aconteçam e destaco o Renato Conde entre outros, mas Portugal e os clubes portugueses precisam de estar envolvidos , incentivados e reconhecidos pelo trabalho que todos os dias fazem para manterem as escolas de vela, as regatas, os treinadores e os atletas nesta modalidade.
Porque não criar programas de apoio ao desenvolvimento da vela nos clubes em Portugal? Porque não aproveitar estes sponsor´s para apoiar a formação de vela nos clubes, a formação de gestão de academias de vela , a formação de treinadores, estágios ao alcance de todos, porque não se canalizam alguns euros para tudo isto ?
Gostava que depois da Volvo e dos Extreme , toda esta euforia fosse canalizada para os restantes dias do ano para todos aqueles que querem fazer algo da vela em Portugal.
È sem duvida muito importante , mas faltam escolas de mar . Os desportos nauricos deveriam estar ao dispor de todos os que dele queiram tirar proveito e não estarmos gerações a traz de gerações de costas voltadas para o mar.
Começa-se a construir a casa pelo telhado, como sempre.