
A Nossa Responsabilidade
Citamos, uma vez mais Fialho de Almeida _ e nunca será demais _ que recorda ter encontrado, ao passar em Santarém, um pedreiro assentar alguns tijolos e interrogando-o sobre o que estava a fazer, logo recebeu a célebre resposta: «estou a construir uma Catedral».
Saber ver o ainda invisível, saber ouvir o ainda inaudível, saber conceber o ainda não concebido, eis a grande Arte, a grande Sabedoria _ como saber ver o Futuro ainda no Presente.
Humildes os nossos «tijolos», modestos os nossos gestos?
Muitos possivelmente, mas muito _ quase tudo _ depende da Responsabilidade que soubermos assumir ou da cobardia de não o fazermos.
Como o futuro de Portugal depende de nós, de o soubermos pensar, do que soubermos ou não conceber para o seu Futuro.
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Um testemunho que me pareceu interessante vindo de outro lugar e depois de Almeida: A caminho de Chartres, Péguy vê à beira da estrada um homem a partir pedras com um grande malho. Tem a infelicidade estampada no rosto e a raiva nos gestos. Péguy pára e pergunta: «…que está a fazer, senhor?» Não está a ver??? – responde o homem- que só consegui este trabalho estúpido e doloroso?» Um pouco mais longe, Péguy vê outro homem também a partir pedras, mas o seu rosto é calmo e os gestos são harmoniosos. «O que está a fazer, senhor?» – pergunta-lhe Péguy. «Ora bem, ganho a vida graças a este trabalho cansativo mas tem a vantagem de ser ao ar livre», responde-lhe. Mais longe ainda, um terceiro pedreiro irradia alegria. Sorri ao bater com o malho e observa com prazer os bocados de pedra. «O que está a fazer?» pergunta- lhe Péguy. «Eu – responde o homem – estou a construir uma catedral!» Boris Cyrlunik (2007)