A Regata de Portugal, que se iniciou esta Quarta-Feirae decorre até 7 de Outubro, uma prova integrada no circuito World Match Racing Tour (umas das quatro provas do campeonato do mundo que terá a final na China em Novembro), resgata um sonho: “que os velejadores portugueses tenham oportunidade de crescer entre os melhores do mundo”, reflecte Rita Gonçalves, Directora Desportiva e uma das impulsionadoras do evento.
Mas carrega também um grande objectivo : levar os portugueses a conhecer a modalidade de perto, pois a prova “vai passar-se muito perto de terra para que também o público viva um pouco do espetáculo que é a vela”. As regatas serão a 200 metros de terra, com as equipas a 5 metros do público, se o vento permitir, e toda a regata estará “confinada num quadrado de 600 por 600 metros”. E num recinto preparado para receber 10 mil pessoas, a organização espera, pelo menos, cerca de 3 ou 4 mil pessoas diárias.
Neste período em que se vai igualmente celebrar a independência de Portugal, a história também conta: “Já fomos muito grandes em desportos náuticos, mais por causa da nossa história, e esse caminho tem-se vindo a perder e agora tem-se voltado a olhar um bocado mais para o mar”, explica Rita Gonçalves.
“A ideia é que as pessoas que venham cá, comecem a ter gosto e comecem a identificar os seus ídolos, para que queiram fazer desporto, espero que vela, mas nem que seja canoagem, remo, qualquer coisa ligada ao mar, para que aproveitemos a nossa costa”, referiu Rita Gonçalves.
Neste circuito fechado que é a World Match Racing Tour (cujas equipas receberão um quarto da classificação para o ranking mundial aqui), a ideia é abrir-se às duas equipas portuguesas (perfazendo no total 12 equipas e 50 velejadores). Assim, na largada todos se alinham, rondam bóias e fazem o circuito barlavento-sotavento, ou seja, contra o vento e a favor do vento, em 10 minutos. Nesse circuito fazem duas voltas completas, até chegar.
Na prova participarão duas equipas portuguesas – a equipa de Hugo Rocha, com a marca Gelpeixe, que terá António Fontes, Mariana Lobato, Jorge Lima e Hélder Basílio a bordo. E a Delta, de Bernardo Freitas, atleta olímpico, que há dois anos disputou o Match Racing Tour, que terá na sua equipa Frederico Melo, Gil Conde e João Matos Rosa, numa tripulação que tem como estratégia “fazer regata após regata, tentar evoluir, dar o máximo de luta e tentar tirar partido dos erros dos adversários”. Em prova estarão também, entre outros velejadores, o Campeão do Mundo do ano passado, Torvar Mirsky, e o tetra campeão do circuito, Ian Williams.
A regata é certificada pela Sailors for the Sea. “Vamos tentar atingir métricas disponibilizadas e guiadas pela mesma. Temos uma parceria com o Oceanário de Lisboa, vamos ter um dia dos clubes para fazer a visita e actividades pela sustentabilidade”, explica a Directora Desportiva.
Mas há futuro para este evento? “A minha visão é que continue, tenho uma estratégia e uma visão a longo prazo, mas isto só foi possível este ano com os nossos parceiros, a Câmara Municipal de Lisboa, o Terminal de Cruzeiros, agora contrato assinado ainda não temos, mas já estamos a trabalhar para o evento do próximo ano, que ainda não posso revelar”, refere a mesma responsável.
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