Nos próximos 25 anos é improvável que o aspecto físico do contentor mude, os fluxos comerciais entre regiões deverão equilibrar-se e a automação deverá ser adoptada. O que é certo é que o digital vai irromper no sector e a indústria precisa de ser flexível.
Contentores

Numa tentativa de preparar a indústria de transporte de contentores para as mudanças que se receiam, a TT Club e a McKinsey elaboraram um relatório – “Brave new world? Transporte de contentores em 2043” – para que, sobre quatro cenários possíveis de evolução, se possam indicar “caminhos a seguir” pelos líderes do sector.

Os contentores transportam 23% do comércio marítimo seco e quase 100% dos bens do quotidiano. E os únicos que beneficiam com a queda do valor dos contentores são os consumidores finais. Importa, portanto, entender a tendência do crescimento do comércio, em relação às políticas e globalização, perceber de que modo avançam as fontes reais de criação de valor, e como é que os líderes de hoje se envolvem para firmar oportunidades – questões às quais o relatório tentou responder.

Nos próximos 25 anos é improvável que o aspecto físico do contentor mude, fluxos comerciais entre regiões deverão equilibrar-se e a automação deverá ser adoptada. O que o relatório avança são quatro hipóteses de futuro: a primeira, uma disrupção digital, situação na qual a indústria actual seria confrontada por novos players que alavancariam a indústria de uma forma digital, através de dados e análises para optimizar a cadeia de valor de ponta a ponta; a segunda, uma reinvenção digital, que se prevê na indústria actual, digitalizando-se de tal forma que possa fornecer novos serviços de valor agregado aos seus clientes; a terceira caracteriza-se por uma onda de globalização que supõe que outras economias, como a Índia e a África, realizam o seu potencial de produção e exportação, ao mesmo tempo que o digital estimula o contínuo crescimento do comércio; e uma quarta visão é a do contentor no auge e da consolidação da indústria que ocorrerá se o cenário for de guerras comerciais e, tensões geopolíticas que resultam no declínio absoluto do comércio internacional, forçando empresas a consolidar o seu mercado.

Há, pois, que estar preparado para os vários resultados. E apesar da falta de estudos nesta área, os actores da indústria podem adoptar algumas medidas de precaução como garantir flexibilidade no futuro, o que inclui prestar atenção à dinâmica em torno do consumidor final, especialmente no comércio electrónico, e construir disciplina organizacional em torno da monitorização.

 



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