O desenvolvimento de parques eólicos flutuantes nos próximos anos exigirá cada vez mais infra-estruturas portuárias de apoio aos projectos. Todavia, um estudo concluiu que actualmente, na Europa, poucos portos têm essa capacidade, pelo que esse será um desafio a enfrentar
Parlamento Europeu

Poucos portos europeus têm uma infra-estrutura capaz de apoiar o desenvolvimento de projectos de energia eólica offshore flutuante, concluiu um estudo realizado no âmbito do Floating Wind Joint Industry Project, refere o Maritime Executive. De acordo com o estudo, citado pela publicação, apenas poucos portos, na Escócia, Noruega e Espanha, de um total de 96 analisados terão condições para apoiar esse tipo de projectos.

A publicação lembra que a infra-estrutura portuária necessária para apoiar estes projectos contempla uma grande área de instalação e uma área líquida de armazenamento para unidades montadas. Lembra ainda que o maior destes projectos tem uma capacidade instalada de 30 Megawatts e que segundo um estudo de Maio deste ano, a capacidade global instalada de projectos de energia eólica offshore flutuante seria de 50 Megawatts.

Considera-se também que face ao desenvolvimento expectável da energia eólica offshore na próxima década, a infra-estrutura e a logística associadas a esses projectos vão tornar-se um factor chave para a sua viabilidade financeira.

O estudo refere que as estruturas eólicas flutuantes devem ser susceptíveis de métodos de produção em série que garantam uma entrega de 50 a 100 unidades durante uma campanha de instalação de Verão. À medida que a dimensão dos projectos cresce a pressão sobre as instalações portuárias aumenta significativamente, refere o estudo.

Além do espaço para depósito das unidades montadas, a capacidade das gruas, por exemplo, é outro desafio para os portos europeus nesta matéria. A importação de gruas reforçaria a capacidade dos portos, mas a logística dessa importação aumentaria os custos, pelo que a permanência de navios com capacidade elevatória junto aos cais poderia ser uma opção.

Diz ainda o estudo que os parques eólicos offshore flutuantes próxios de uma boa infra-estrutura portuária serão mais competitivos a curto prazo e que será importante provar a competitividade desta tecnologia.

O Floating Wind Joint Industry Project é uma parceria de R&D (investigação e desenvolvimento) entre a The Carbon Trust e 12 empresas ligadas ao desenvolvimento da energia eólica offshore (EnBW, ENGIE, Eolfi, E.ON, Equinor, Iberdrola, innogy, Kyuden Mirai Energy, Ørsted, Shell, Vattenfall e Wpd). Apoiado pelo Governo escocês, visa investigar os desafios e oportunidades para desenvolver parques eólicos flutuantes a uma escala comercial.

 



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