O principal porto europeu, o de Roterdão, registou uma queda de 1,9% no movimento de mercadorias nos primeiros nove meses deste ano face ao período homólogo de 2015. De Janeiro a Setembro (inclusive), aquele porto registou um movimento de 344,7 milhões de toneladas, contra 351,5 milhões em igual período do ano anterior.
De acordo com o CEO da Autoridade do Porto de Roterdão (APR), Allard Castelein, “a quebra de 1,9% (para 60,3 milhões de toneladas) é a soma de uma série de diferentes factores”, mas em comunicado, a APR regista a queda particularmente acentuada no movimento de granéis sólidos (-7,8%), particularmente de carvão (-10,3%) e minério de ferro (juntamente com o ferro-velho, -8,5%).
Nos granéis líquidos, a queda foi de 0,4%, para 160 milhões de toneladas. O movimento de crude caiu 1,6% face aos primeiros nove meses de 2015, explicando a APR que também houve redução das margens das refinarias. Outros produtos petrolíferos tiveram um aumento do movimento de 0,2%. Já o gás natural liquefeito (GNL) caiu 23,9%.
O movimento de carga contentorizada diminuiu 0,4% em TEU e 1,2% em peso, de Janeiro a Setembro, face ao mesmo período de 2015. No total, foram movimentadas 9,3 milhões de TEU, ou 94,8 milhões de toneladas. A queda verificou-se nos primeiros cinco meses, tendo havido uma recuperação nos meses seguintes, indiciando uma tendência que a APR espera que se mantenha no último trimestre do ano.
Para esta queda contribuiu, entre outros factores, a suspensão de pagamentos pela Hanjing Shipping, que gerou uma perda de 30 mil TEU no porto de Roterdão. “Espera-se que outras companhias assumam os clientes até aqui servidos pela Hanjing Shipping, o que significa que este é um efeito temporário”, afirma a APR.
Por outro lado, de acordo com a APR, “até agora, não se sente o impacto do Brexit nos volumes ro-ro (ferries para o Reino Unido): o volume, neste segmento, aumentou 1%”. Diz a APR que vários operadores terão anunciado a expansão dos seus serviços, quer para o Reino Unido, quer para Portugal e Espanha.
Porto de Antuérpia aumenta movimento
Já o porto de Antuérpia, o segundo maior da Europa, viu crescer o movimento de mercadorias em 3,3%, para 161,6 milhões de toneladas, nos primeiros nove meses de 2016, face a igual período do ano anterior.
De acordo com a Autoridade do Porto de Antuérpia (APA), neste período, o movimento de contentores cresceu 3,7% em volume, para cerca de 88,6 milhões de toneladas, e 4% em TEU, para mais de 7,5 milhões.
O movimento de granéis líquidos também cresceu em volume nestes nove meses, em 6,7%, para cerca de 53 milhões de toneladas. O movimento de derivados do petróleo cresceu 10,3%, para 39 milhões de toneladas, e o movimento de crude subiu 1%, para 3,4 milhões de toneladas.
O movimento de granéis sólidos mantém uma tendência para descer. De Janeiro a Setembro (inclusive), caiu 11,6% face ao mesmo período de 2015, para 9,2 milhões de toneladas. Segundo a APA, o mau desempenho verificou-se, sobretudo, nos minérios (-16,9%, para 1,4 milhões de toneladas), fertilizantes (-3,7%, para 2,6 milhões de toneladas) e alguma gravilha (-20,1%, para cerca de uma tonelada).
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