Os Estados Unidos isentaram do regime de sanções que estão a aplicar ao Irão relacionadas com o programa nuclear iraniano e a alguns dos parceiros comerciais que mantenham negócios com Teerão, algumas situações associadas ao desenvolvimento do porto de Chabahar, no sudeste do Irão, junto ao Golfo de Omã, segundo referem vários meios de comunicação social internacionais.
A excepção anunciada por Washington irá permitir a construção de uma linha férrea entre o porto de Chabahar, o único porto oceânico do Irão, até ao Afeganistão, bem como carregamentos de bens não sujeitos a sanções, como alimentos e medicamentos. Permitirá igualmente a importação de petróleo iraniano pelo Afeganistão, cujo Governo é apoiado pelos Estados Unidos.
Esta decisão norte-americana de suavizar as sanções relaciona-se com o projecto indo-iraniano de desenvolvimento portuário de Chabahar e visa permitir a dinamização da economia afegã, actualmente muito dependente do porto paquistanês de Carachi. Paralelamente, visa reforçar os laços dos Estados Unidos com o Afeganistão e a Índia, num momento em que Washington acusa Teerão de promover políticas desestabilizadoras.
De acordo com um porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, citado pelo Maritime Executive, “esta excepção relaciona-se com a assistência
à reconstrução e ao desenvolvimento económico do Afeganistão; tais actividades são vitais para o apoio em curso ao crescimento e assistência humanitária ao Afeganistão”.
Um porto no Irão com presença da Índia na sua direcção seria igualmente uma forma de compensar a influência chinesa na região, de que é exemplo um projecto portuário concorrente com o de Chabahar em que Pequim está a investir dezenas de milhões de euros, como é o Corredor Económico China-Paquistão (CPEC, na sigla inglesa). O interesse norte-americano em boas relações com Nova Deli faz parte dessa estratégia de contenção da influência chinesa na região e neste caso traduz-se também na permissão para a Índia continuar a importar petróleo do Irão.
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