Apesar do cepticismo inicial, o GNL consolidou-se no porto de Gotemburgo e para isso foram decisivos os descontos aplicados pela respectiva autoridade portuária. Os efeitos parecem já se ter feito sentir na qualidade do ar da Suécia ocidental.
Porto de Gotemburgo

A Autoridade do Porto de Gotemburgo (APG), na Suécia, decidiu prolongar o desconto sobre as tarifas portuários aos navios alimentados a gás natural liquefeito (GNL), instituído em 2015, e já está a preparar uma renovação do desconto ambiental, segundo informou aquela entidade.

Actualmente, no âmbito do desconto ambiental, os navios com um desempenho ambiental positivo (seguindo critérios internacionalmente reconhecidos pelos índices ESI e CSI), beneficiam de um desconto de 10% nas tarifas portuárias. Os navios a GNL beneficiam de um desconto extra de 20% em cada escala. Este último desconto deverá manter-se em 2019 até à sua extinção, durante 2020, em que será desde logo reduzido a 10%.

Todavia, segundo a AGP, durante o período até à extinção, em 2020, o desconto ambiental será desenvolvido tendo mais em atenção o impacto dos navios no ambiente do que a tecnologia ou o combustível utilizados.

O World Maritime News recorda que desde que o desconto aplicável aos navios a GNL foi instituído, foram realizados importantes investimentos relacionados com este tipo de combustível, que se reflectiram, por exemplo, na redução de emissões de dióxido de enxofre, das partículas e do óxido de azoto na Suécia ocidental.

O jornal refere também que apesar de algum cepticismo inicial das empresas de transporte marítimo em investir no GNL, sobretudo pela inexistência de meios de abastecimento adequados ao GNL no porto de Gotemburgo e pelo facto de as empresas abastecedoras não quererem fornecer o combustível sem ma base de clientes, a partir do segundo semestre de 2016 a situação alterou-se.

“Era preciso um catalisador para quebrar o impasse e o desconto na energia foi um grande factor contributivo para que muitos operadores escolhessem a via do GNL”, referiu Edvard Molitor, Director de Ambiente na APG. Hoje, esses operadores são a vanguarda do porto sueco e o GNL é uma tendência em crescendo que a APG vai acarinhar, inclusivamente, estendendo o período de descontos, de acordo com o mesmo responsável, citado pelo jornal.

 



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