De forma a criar condições para fornecer energia onshore para os navios e no âmbito do encontro sobre o Programa Mundial para a Sustentabilidade dos Portos, que ocorreu na semana passada, as autoridades do porto da Antuérpia assinaram, no dia 23 de Março, dois acordos. Este passo irá permitir aos navios atracados nos portos desligar os seus motores e usar a energia eléctrica de terra. Sendo esta uma maneira de reduzir imediatamente as emissões de dióxido de azoto (NOx), dióxido de carbono (CO2) e partículas, beneficiando a qualidade do ar local, as autoridades portuárias de Antuérpia esperam confirmar a sua posição como “líder da sustentabilidade” no segmento portuário Hamburgo-Le Havre, segundo comunicado oficial.
O primeiro acordo, com a Alfaport-VOKA, que representa a comunidade portuária privada, é essencial para que o projecto tenha êxito. O segundo, tem cinco parceiros – Techelec, Schneider Electric, ABB, Actemium e Siemens -, que serão fundamentais para o propósito das autoridades portuárias de Antuérpia, pois são eles que disponibilizam conhecimentos especializados para permitir que a energia de terra chegue aos navios de alto mar na área portuária a curto prazo.
“As pequenas embarcações já faziam uso da energia em terra na área portuária de Antuérpia há algum tempo. E a nossa própria frota de embarcações de serviço tem usado energia em terra desde o começo deste ano. No entanto, ainda não existem actualmente instalações suficientes para os navios de mar. É uma pena, pois a energia em terra pode contribuir significativamente para a transição de sustentabilidade planeada para a nossa plataforma portuária. Portanto, vemos o desenvolvimento da energia em terra como uma prioridade estratégica para os próximos anos”, referiu o CEO da Autoridade Portuária de Antuérpia, Jacques Vandermeiren.
Também Stephan Vanfraechem, Director da Alfaport-VOKA, revelou que “os navios estão a ser, cada vez mais, construídos com instalações de energia em terra, mas o seu uso nos portos ainda é muito limitado” porque “nos diversos elos da cadeia ainda existem questões operacionais, técnicas e económicas”. “Queremos discutir e resolver isso através deste projecto e assim permitir um lançamento bem-sucedido”, referiu.
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