Pescadores do cerco fecharam a lota em protesto contra condições de trabalho
Associação da Indústria Alimentar pelo Frio

Ontem, um grupo de centenas de pescadores fechou a lota de Matosinhos em protesto contra as condições de trabalho. Segundo foi noticiado, os pescadores ainda terão ido para o mar, mas regressaram sem peixe. De acordo com fonte da Docapesca por nós contactada, que confirmou o regresso dos pescadores sem peixe, o protesto terá sido somente feito por pescadores do cerco.

Em declarações à SIC, os pescadores alegaram que a sua atitude era essencialmente contra o reduzido período de trabalho que lhes está atribuído (no caso, um mestre referiu seis meses, que considera manifestamente pouco para sustentar uma embarcação e os pescadores).

O protesto era igualmente um alerta à tutela para controlar as importações de peixe, designadamente espanhol, e um apelo à igualdade nos horários de venda, em prol da leal concorrência. Sem contestarem a necessidade de controlo de stocks, todavia, os pescadores defenderam melhores compensações pela paragem de actividade por motivos de preservação das espécies marinhas.

Neste protesto, os pescadores terão tido uma convergência de posições com os armadores, que se queixam da fiscalização excessiva exercida pela GNR sobre as capturas trazidas para terra.

De acordo com fonte da Docapesca, verificou-se “de facto uma pequena perturbação na lota” em Matosinhos, entre as 07H00 e as 09H00, “mas a partir das 09H00 tudo estava a funcionar com normalidade”. Relativamente aos argumentos dos pescadores, a Docapesca não se pronunciou, remetendo-nos para a Cooperativa de Produtores de Peixe do Norte (PROPEIXE), que representa armadores da pesca do cerco da sardinha, mas até ao momento não foi possível o contacto.

 

 

 



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