Em 2016, a Alemanha foi responsável pelas piores práticas no desmantelamento de navios se atendermos à “relação entre a dimensão da sua frota e o número de navios desmantelados irresponsavelmente”, afirma a Organização Não Governamental (ONG) Shipbreaking Platform.
De acordo com aquela ONG, armadores, bancos e fundos de navios alemães enviaram 97 navios, de um total de 99, para praias do Sul da Ásia, ou seja, 98% dos navios germânicos em fim de vida acabaram desmantelados numa praia. E em 40% desses casos, o seu fim foi em praias do Bangladesh, onde ocorrem as piores práticas nessa matéria.
Entre os armadores que mais navios destinam às praias “estão a Hansa Mare, com 12 navios, a Alpha Ship, F. Laeisz e Peter Doehle, com 7 navios cada, a König & Cie, a Norddeutsche Vermögen e a Rickmers, com 6 navios cada», refere a organização.
O fenómeno levou o Relator Especial das Nações Unidas para os Produtos Tóxicos e os Direitos Humanos a dirigir-se ao Governo alemão, criticando as más práticas dos armadores germânicos nessa matéria.
Segundo Patrizia Heidegger, Directora Executiva da Shipbreaking Platform, “devido a numerosas falências resultantes de investimentos de alto risco e pouca visão, os administradores de insolvência designados pelos Tribunais comercializam rapidamente os navios com praias do Sul da Ásia e a factura de uma indústria gananciosa é paga pelo ambiente e pelas pessoas”.
A mesma ONG também refere a Grécia, como responsável pelo maior número absoluto (104) de navios vendidos a estaleiros do Sul da Ásia em 2016. Desde que a Shipbreaking Platform começou a compilar dados sobre esta matéria, em 2009, as empresas de transporte marítimo gregas têm estado no topo das que optam por enviar navios para estaleiros situados naquela zona do globo.
Ainda de acordo com a mesma ONG, esses armadores, “apoiados pelo Governo grego”, continuam a “recusar responsabilidade pelos danos sobre trabalhadores e ambiente”.
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