A dez anos, a Oceano Fresco, prevendo o investimento total chegar mesmo aos 50 milhões de euros, além do mercado Europeu, visa igualmente os mercados dos países do Mediterrâneo fora da EU, bem como a Coreia do Sul e o Japão, entre outros, onde a aquacultura é um negócio emergente.
A ambição da Oceano fresco é mesmo poder vir a constituir-se como uma empresa líder mundial na introdução de variedades inovadoras de bivalves para a cadeia de produção e consumo, com um desempenho superior para os aquacultores, a um custo competitivo, respeitando sempre a sustentabilidade e a plena segurança para o consumidor final, congregando num todo único a biotecnologia com a aquacultura,
A empresa nasceu por iniciativa de Bernardo Ferreira de Carvalho que, após vários anos a trabalhar na área de Investigação e Desenvolvimento de uma multinacional de melhoramento de plantas, quer aplicar agora à aquacultura de bivalves a mesma abordagem usada nas plantas.
Nesse enquadramento um primeiro objectivo da Oceano Fresco é revitalizar o cultivo da chamada amêijoa boa, R. decussatus, a espécie endógena de amêijoa europeia cuja produção tem, porém, vindo a cair fortemente pela invasão da amêijoa japónica, R. Philippinarum, devido à taxa de mortalidade consideravelmente inferior desta, não obstante a superior qualidade organoléptica da primeira, importando assim desenvolver uma nova variedade de amêijoa boa com a mesma resistência a doenças e stress ambiental da amêijoa japónica.
Trata-se, em suma, de um trabalho inovador a nível mundial e de alto valor acrescentado, totalmente realizado em Portugal, recorrendo-se a uma abordagem multidisciplinar aliando competências em biologia molecular, genética, fisiologia animal e biologia computacional.
Para desenvolvimento do programa de melhoramento e geração de receitas para financiar a plano de Investigação e Desenvolvimento, o próximo passo consiste na construção de uma maternidade que produzirá semente de amêijoa boa e macha e também de ostra, devendo o pedido de licenciamento ser entregue em breve, considerando ainda os principais responsáveis pela Oceano Fresco um passo da maior importância porquanto há grande falta de sementes tanto na Europa em geral como em Portugal em particular, não há, neste momento, praticamente nenhuma maternidade de bivalves a operar em Portugal, obrigando assim aquacultores nacionais a importar as respectivas sementes de França ou da Holanda e, não menos significativo, havendo sementes em maior quantidade e qualidade, a produção nacional de bivalves poderá aumentar também proporcionalmente, tanto em volume como em valor, nunca sendo de esquecer as excelentes condições que Portugal dispõe para o respectivo cultivo.
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