As Áreas Marinhas Protegidas (AMP) têm o objectivo de proteger as espécies das ameaças à vida marinha, como a sobre-pesca ou a extracção de petróleo, no entanto, um estudo recente da Universidade da Carolina do Norte (UCN) concluiu que muitas dessas áreas não conseguirão tolerar os efeitos dos gases de efeito de estufa. Assim, as medidas de protecção levadas a cabo, em 2100, não surtirão efeito devido ao aquecimento global, que se prevê de 2,8 graus Celsius, e à falta de oxigénio, que tornarão inviável a vida marinha.
O estudo, publicado na Nature Climate Change, prevê que nas 8.236 AMP do mundo, equivalentes a 4% dos oceanos, as temperaturas médias da superfície do mar aumentem 0,034 graus Celsius por ano. Sendo que as AMP mais afectadas serão o Árctico e a Antárctida, nas quais se prevê um aquecimento especialmente célere, ameaçando numerosos mamíferos marinhos, como ursos polares e pinguins, e as ilhas de Galápagos, Darwin e Wolf.
“Com o aquecimento desta magnitude, esperamos perder muitas, se não a maioria das espécies de animais das AMP pelo final deste século”, referiu John Bruno, autor e líder do estudo e professor biólogo no College of Arts and Sciences da UCN. “Para evitar os piores resultados, precisamos imediatamente de adoptar um cenário de redução de emissões, em que nas próximas duas décadas há um pico e depois uma descida significativa, substituindo os combustíveis fosseis por fontes de energia limpas, como a solar ou a eólica”, conclui.
“Muito se tem falado sobre o estabelecimento de reservas marinhas para ganhar tempo enquanto descobrimos como enfrentar as alterações climáticas”, explica Rich Aronson, cientista do oceano do Instituto de Tecnologia da Flórida, mas “estamos sem tempo, e o facto é que já sabemos o que fazer: temos que controlar as emissões de gases de efeito estufa”, conclui.
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