Em 2017, o EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, ou lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) agregado das empresas de transporte marítimo cotadas deverá manter-se estável, com níveis semelhantes aos do ano anterior, refere a Moody’s Japan K.K. .
De acordo com a agência de rating, embora os ganhos permaneçam baixos em 2017, não se antecipam quedas de dois dígitos nos EBITDA como ocorreu em 2016. Refere ainda que o abate dos Panamax, na sequência da expansão do Canal do Panamá, e de navios mais antigos, induzido pelas novas e mais restritas regras ambientais aplicáveis ao sector, contribuirá para reequilibrar a oferta global de transporte marítimo face à procura existente.
Para a perspectiva de estabilidade do sector concorrem também os indícios de recuperação nos segmentos de graneleiros de sólidos e porta-contentores. Embora as condições de mercado permaneçam fracas, não deverão piorar nestes dois segmentos relativamente ao quadro registado em 2016 e em ambos as tarifas dos fretes deverão mesmo aumentar gradualmente.
Já relativamente aos navios-tanque, a análise da agência é negativa, reflectindo uma oferta elevada e tarifas de frete reduzidas. Segundo a agência, este segmento será prejudicado pela entrega de novos navios em 2017 e 2018, cujo impacto se fará sentir na manutenção de tarifas de fretes baixas ao longo dos próximos 12 meses.
A consultora Drewry acompanha esta perspectiva. Segundo afirma, “a recuperação nos navios-tanque de crude não é esperada antes de 2020, dado que um fraco crescimento do comércio e uma inflacção de encomendas limitam qualquer subida das tarifas dos fretes”. E nem o aumento de desmantelamento de navios, que deve aumentar no final do ano, com o efeito da implementação da convenção sobre águas de lastro, que impõe a dispendiosa instalação de novos sistemas de tratamento destas águas nos navios, altera esta perspectiva.
A Moody´s, no entanto, refere que alterará a sua perspectiva de estabilidade no sector para uma visão negativa se verificar sinais de que a oferta de navios excede o crescimento da procura em mais de 2% ou se o EBITDA agregado cair mais de 5% face ao ano anterior. E fará uma apreciação positiva se verificar uma queda no excesso de oferta de navios e o EBITDA agregado sugerir um crescimento acima dos 10% ao ano.
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