Ao contrário do previsto, a ministra do Mar não reuniu no porto de Leixões na passada Sexta-feira com membros do Conselho de Administração da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) e representantes sindicais. A reunião ocorreu em Lisboa, segundo alega o Ministério do Mar, devido à necessidade de Ana Paula Vitorino “estar presente no momento de consolidação do financiamento do projecto Windfloat Atlantic, que é um projecto estratégico para Portugal em matéria de energias renováveis oceânicas”, e que a impossibilitou de se deslocar a Leixões.
Em Lisboa, a ministra do Mar e os membros da APDL reuniram por duas vezes: “uma com os dirigentes do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias e outra com os dirigentes do Sindicato dos Estivadores e Conferentes de Tráfego dos Portos do Douro e Leixões, onde foram analisadas as alegadas situações de discriminação laboral que têm ocorrido no porto de Leixões”, referiu o Ministério do Mar.
O impedimento da ministra do Mar provocou “um reagendamento da visita ao porto de Leixões e aos seus terminais, para a próxima quarta-feira, dia 24 de Outubro”, refere o Ministério do Mar, acrescentando que as reuniões em Lisboa terão decorrido “nos mesmos moldes inicialmente previstos para o Porto de Leixões”.
Recorde-se que na própria Sexta-feira, o Sindicato dos Estivadores e da Actividade Logística (SEAL), no seu blogue O Estivador, manifestara estranheza pelo facto de “apenas no próprio dia da reunião” ter tomado “conhecimento das mudanças de local e hora da mesma – de Leixões para Lisboa, das 18h30 para as 16h00 – curiosamente poucas horas depois de o Sindicato de Leixões se ter recusado a comparecer na reunião inicialmente agendada, conforme nota de imprensa enviada à comunicação social, alegando para o efeito a presença do SEAL”.
Para o SEAL, esta alteração tornou impraticável a presença do SEAL na reunião, dado que o seu consultor jurídico e os seus delegados sindicais “se encontravam no Porto para estarem presentes na reunião agendada inicialmente, e que não tinham qualquer possibilidade de se deslocarem a Lisboa, nas coordenadas do novo agendamento”. Pelo que o SEAL afirmou que “as circunstâncias que levaram à mudança de local e hora da reunião não devem ser consideradas para um futuro agendamento afim de discutir a situação anómala vivida em Leixões, para a qual demonstrámos a nossa completa disponibilidade para os próximos dias”.
O SEAL recordou ainda no seu blogue que, conforme informou “o Ministério do Mar e a APDL, em carta enviada ao início da tarde” de Sexta-feira, está disponível “para o reagendamento da reunião, de preferência nos moldes em que foi inicialmente promovida pela Sr.ª Ministra, em qualquer dia e hora compreendidas entre o dia 22 e o dia 30 de Outubro, a ter lugar nas instalações da APDL ou, em alternativa, na delegação do SEAL, em Matosinhos”.
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