Na Madeira, Ana Paula Vitorino reconheceu a importância da ligação marítima entre o Continente e a Madeira, no âmbito da continuidade territorial do país, e admitiu um trajecto Lisboa/Funchal
EISAP

A ministra do Mar admitiu neste fim-de-semana a possibilidade de ligar o Funchal a Lisboa por ferry, durante uma intervenção na II Convenção dos Estados Gerais do PS da Madeira. Segundo Ana Paula Vitorino, “foram dadas orientações à Administração do Porto de Lisboa para estudar uma localização, para a instalação de uma rampa para o acesso a veículos”, porque sem essa rampa tal ligação será inviável.

Sem se comprometer com datas, mas admitindo ter uma solução tão cedo quanto possível, a ministra remeteu mais detalhes para a apresentação do Campus do Mar, no final deste mês. Neste momento, o Ministério do Mar, juntamente com o Ministério das Finanças, segundo a ministra, avalia “a forma e os termos” de regular a continuidade territorial do país por via marítima, “para que a linha a ser criada tenha enquadramento legal a nível internacional e comunitário”, refere o jornal PÚBLICO.

A alternativa de Lisboa, em prejuízo de Portimão, cidade com a qual existe actualmente uma ligação por ferry ao Funchal, desde o último Verão e assegurada pelo Governo Regional da Madeira, parece justificar-se pela necessidade de existir uma linha “sustentável do ponto de vista económico e da procura”, referiu a ministra, citada pelo PÚBLICO.

Esta ligação Funchal/Portimão, que custa 3 milhões de euros anuais ao Governo Regional da Madeira em compensações ao operador (Empresa de Navegação Madeirense), está garantida por três anos e contempla 12 viagens anuais. Um esforço que o Executivo madeirense tem defendido que merece o envolvimento do Governo da República e tem sido objecto de diálogo entre Lisboa e o Funchal.

A este propósito, Ana Paula Vitorino, citada pela LUSA, terá referido agora que “tem de haver aqui, não uma postura de exigência do Governo Regional, mas de colaboração, tendo em consideração que a continuidade territorial é uma coisa boa para todos os portugueses”, que deve ser tratada numa “lógica inclusiva”.

 



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