O Grupo Maersk quer promover a reciclagem sustentável e ambientalmente responsável de navios na zona industrial de Alang, na Índia, conhecida por ser um cemitério de grandes embarcações.
Para o efeito, a Maersk já elegeu estaleiros da zona com os quais vai operar, designadamente no melhoramento das instalações para resíduos industriais, de hospitais e de habitação para os migrantes que ali trabalham, e está empenhada em formar uma coligação de armadores interessados em promover melhores práticas de desmantelamento de navios, respeitadoras dos critérios exigidos pela Organização Marítima Internacional (International Maritime Organization-IMO).
Depois de anos de degradação das condições de trabalho e reciclagem dos navios, Alang assistiu a uma tentativa de reversão dos processos nalguns estaleiros da região. Segundo a Maersk, que assume uma política de reciclagem responsável, existem quatro estaleiros na zona certificados de acordo com os requisitos da IMO e da Convenção Internacional de Hong-Kong para a Reciclagem Segura e Ambientalmente Adequada de Navios.
Foi após várias visitas a alguns estaleiros locais, em 2015, que os representantes da Maersk concluíram que era possível acelerar os processos de desmantelamento responsável de navios de modo a obter efeitos a longo prazo. Actualmente, o custo de uma reciclagem sustentável para a Maersk ascende a cerca de 800 mil a 1,6 milhões de euros adicionais.
O caminho para a mudança, contudo, será lento. As práticas estão enraizadas há décadas, gerando grandes lucros para os sucateiros, que compram, desmantelam e revendem os componentes dos navios com elevadas margens graças a condições de trabalho e de processamento dos materiais pouco compatíveis com as normas internacionalmente aceites.
De acordo com a Maersk, dos 768 navios desmantelados em 2015, 469, ou seja, 74% da tonelagem reciclada, foram vendidos a instalações localizadas nas praias da Índia, Paquistão e Bangladesh, com grandes custos humanos e ambientais.
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