Armadores, bancos e organizações de solidariedade social, incluindo The Sustainable Shipping Initiative e o Forum for the Future, lançaram a Iniciativa para a Transparência na Reciclagem de Navios (SRTI, na sigla em inglês), destinada a contrariar a falta de transparência nas políticas de reciclagem de navios que levam a más práticas – riscos relacionados com a saúde, segurança e meio ambiente, segundo World Maritime News.
A legislação existente e os mecanismos de execução internacionais não estão a ser correctamente aplicados, de modo que se torna injusto para os que cumprem devidamente as regras. Assim, a iniciativa visa melhorar a transparência da reciclagem mundial de navios, facilitando a divulgação voluntária de práticas de reciclagem, bem como dados dos armadores, de forma a suportar o uso desta informação pelos carregadores e assim incitar a melhores práticas.
Desta iniciativa espera-se um conjunto comum de critérios de divulgação e uma plataforma on-line independente, fácil de usar, onde os armadores possam compartilhar informações acessíveis aos investidores, aos clientes e ao público em geral. Como refere John Kornerup Bang, Director da Estratégia de Sustentabilidade da Maersk, a reciclagem de navios é perigosa, e há que ter acesso à informação (que não tem acontecido) sobre políticas e práticas da parte dos proprietários de navios. Isto, de forma a permitir que os investidores avaliem melhor os riscos e oportunidades.
É de relembrar que de um total de 835 navios que foram desmantelados globalmente em 2017, 80,3% ou 543 grandes embarcações comerciais oceânicas, atingiram as praias de Bangladesh, Índia e Paquistão, segundo dados fornecidos pela organização não-governamental Shipbreaking Platform. Os proprietários gregos foram os responsáveis pelo maior número de navios vendidos aos estaleiros do Sul da Ásia em 2017 – 51 navios no total -, enquanto os proprietários alemães colocaram nas praias 50 navios de um total de 53 vendidos para desmantelamento, refere o World Maritime News.
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