Depois de meses sem um representante permanente em Lisboa, a KRS dispõe desde Setembro de um responsável dedicado ao mercado nacional. O que traduz o interesse da empresa nos serviços da Bandeira Portuguesa, cuja reputação internacional está cada vez mais consolidada
EISAP

Desde 1 de Setembro que a sociedade classificadora Korean Register of Shipping (KRS) tem um representante permanente em Portugal, através sucursal Korean Register of Portugal. Autorizada desde o final de 2017 a “entregar serviços estatutários e a actuar como OR – Organização Reconhecida, em nome da Administração da Bandeira Portuguesa (DGRM), incluindo os navios registados na Madeira”, conforme informa em comunicado, a empresa tem um escritório em Portugal desde Março, mas que até agora não tinha um responsável em permanência.

Segundo apurou o nosso jornal junto do novo representante da KRS em Portugal, André Duro, a instalação da empresa em Portugal enquadra-se numa estratégia planeada até 2020 e que contempla um crescimento da sua rede, ou seja, aumentar o número de sucursais e de países em que está presente. E nesse contexto, “o mercado europeu é importante”, referiu-nos aquele responsável. “Com a aceitação da Bandeira Portuguesa, a KRS aumenta o número de Administrações autorizadas para 78 e a sua rede de sucursais cresce mundialmente”, refere a empresa.

Por outro lado, “este é um passo importante na Sociedade Classificadora devido ao aumento do interesse em registar os navios mundiais com a bandeira nacional”, refere a KRS. Um interesse que se prende com a boa reputação da Bandeira Portuguesa na indústria marítima internacional, admitiu André Duro. E a que não será alheia instituição da tonnage tax no registo convencional de navios de Portugal. “Sem influenciar directamente a decisão, todavia, ajuda”, reconheceu o mesmo responsável.

De acordo com a empresa, “a KRS olha para a Europa como um mercado para continuar a explorar e expandir a rede de clientes, fornecendo um serviço célere e de alta qualidade independentemente da localização”.

E nas palavras de Lee Jeong-Kie, presidente e CEO da KRS, “a obtenção de autorização para actuar como uma OR para a Administração Portuguesa demonstra claramente os nossos esforços contínuos para aumentar os níveis de serviço ao cliente e aumentar a satisfação do cliente em toda a Europa. Também demonstra o nosso compromisso em fornecer a melhor qualidade e a mais ampla gama de serviços, para apoiar os negócios de nossos clientes onde quer que eles estejam”.

Em Portugal, a KRS tem a concorrência de várias entidades, incluindo a DNV GL, Bureau Veritas, American Bureau Shipping (ABS) e RINA, mas tal não preocupa a empresa. Segundo nos esclareceu André Duro, os clientes da KRS são essencialmente da Alemanha e do norte da Europa. O que pode explicar a intenção da empresa de vir a manter uma cooperação e ligação conjunta com a EUROMAR, a empresa que representa armadores com navios registados no Registo Internacional de Navios da Madeira (MAR), que são maioritariamente alemães, tendo em vista apoiar clientes comuns.

Quanto ao perfil do novo responsável da KRS em Portugal, André Duro “já trabalhou alguns anos na indústria marítima e estudou Engenharia de Máquinas Marítimas na Escola Superior Náutica Infante D. Henrique (ENIDH), em Paço d’Arcos”, refere a empresa, acrescentando que “antes de se juntar à KRS, trabalhou como Superintendente Júnior numa empresa de gestão de navios baseada no Dubai”. Em Portugal, “fará a ligação e cooperação entre a Administração da Bandeira Portuguesa (DGRM), Armadores e a classe KRS”.



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