A decisão de acabar com a reciclagem de navios estrangeiros na China pode baixar os padrões internacionais desta actividade e fazer retroceder uma trajectória no sentido de um desmantelamento mais seguro para os trabalhadores e mais limpo para o ambiente, considera a International Ship Recycling Association
International Ship Recycling Association

A decisão da China de proibir os navios estrangeiros de serem desmantelados nos estaleiros chineses a partir de 2019 resultará no encerramento de alguns dos melhores estaleiros do mundo para reciclagem de navios, refere a International Ship Recycling Association (ISRA), citada pelo World Maritime News.

Deacordo com o jornal, ao longo dos últimos 20 anos, os métodos adoptados pelos estaleiros chineses de reciclagem de navios contribuíram fortemente para o aproveitamento e reciclagem de materiais até aí desperdiçados e com isso para salvaguardar o ambiente.

Esses estaleiros, refere também o jornal, foram até pioneiros na “reciclagem verde de navios”, em linha com as normas internacionais sobre saúde, segurança e ambiente e muitos deles cumprem mesmo as regras da Convenção de Hong-Kong e os regulamentos europeus sobre a reciclagem de navios.

Com esta decisão, a China empurra os navios estrangeiros para outros estaleiros de reciclagem asiáticos, designadamente do sul da Ásia, conhecidos por instalações e métodos pouco amigos do ambiente e das melhores práticas laborais nesta matéria, ciriticadas internacionalmente pelo risco que representam para o ambiente e os trabalhadores.

Citada pelo jornal, a ISRA refere que “se o anúncio do Governo central daChina for cumprido, o resultado será a saída do mercado global de mais de 2,5 milhões de toneladas de alta capacidade e pode ser visto como um enorme retrocesso no caminho para uma reciclagem de navios humana e ambientalmente segura”.

Além disso, “a capacidade perdida não pode ser encontrada num curto prazo, o que forçará os armadores a aceitar padrões mais baixos”, o que gerará uma tendência negativa que “é difícil de aceitar e compreender pela indústria”, refere igualmente a ISRA, citada pelo jornal.

 



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