No passado dia 31 de Março, a Infra-estruturas de Portugal (IP) lançou um concurso para obras de modernização do troço da Linha do Leste, entre Elvas e a fronteira do Caia. O troço tem uma extensão de 11 quilómetros, um investimento previsto de 18,5 milhões de euros e deverá começar a ser construído no final deste ano, para ser concluído no segundo semestre de 2018, segundo adiantou o ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques, numa cerimónia de lançamento da obra, em Elvas.
Este projecto corresponde à “primeira obra em fase de lançamento de empreitada do futuro Corredor Internacional Sul”, refere a IP, e envolve, entre outros trabalhos, a ampliação da Estação Ferroviária de Elvas, a renovação integral da super-estrutura de via, a instalação de infra-estruturas para futura implementação de sinalização eletrónica, a construção de desnivelamentos rodoviários e restabelecimentos, para supressão das passagens de nível existentes ao longo do troço, e ainda a substituição dos tabuleiros e reforço dos pilares das pontes sobre o rio Caia e a ribeira do Caiola.
De acordo com a IP, o Corredor Internacional Sul, em que este troço se insere, representa um investimento superior a 626 milhões de euros, “dos quais, estima-se que cerca de 356,7 milhões de euros possam ser comparticipados pela UE”. E será criado “no âmbito do Plano de desenvolvimento e Modernização da Rede Ferroviária Nacional, Ferrovia 2020”, permitindo uma melhor ligação entre “o sul de Portugal, desde a zona de Sines, e a Europa, através da fronteira com Espanha em Caia”.
Este corredor ferroviário reduzirá o “tempo de trajecto dos comboios de mercadorias entre Sines e Elvas/Caia”, favorecerá “o aumento de capacidade diária na saída de Sines dos actuais 36 comboios de 400 metros para 51 de 750 metros”, contribuirá para reduzir a sinistralidade rodoviária e ferroviária (graças à eliminação de passagens de nível) e tornará a exploração ferroviária mais segura e fiável (por via de um novo sistema de sinalização e telecomunicações), refere a IP. Todo o trajecto terá tracção eléctrica e estará preparado para acolher a bitola UIC quando a rede espanhola passar de bitola ibérica para bitola europeia.
O futuro troço entre Elvas e a fronteira do Caia é o primeiro passo do que é considerado o maior investimento público no Alentejo desde o projecto de Alqueva e um importante factor de desenvolvimento, quer para a região, quer para o país. Nesse contexto, a valorização do porto de Sines, que em 2016 movimentou 54,5% de toda a carga movimentada nos portos portugueses e tem características que o distinguem dos restantes portos nacionais, quer pela dimensão, quer pela natureza, está indubitavelmente no horizonte dos responsáveis políticos.
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