Num inquérito a quase mil marítimos, a maioria destes profissionais prefere uma abordagem híbrida da navegação não tripulada, sobre a qual os humanos conservem capacidade de supervisão e controlo
Alphaliner

Num inquérito da Nautilus Federation, que reúne sindicatos de marítimos, a quase mil profissionais do mar de mais de 20 associações sindicais, apenas 6% dos inquiridos concordaram com uma navegação marítima totalmente autónoma, ou seja, não tripulada, na qual os sistemas automáticos tomariam todas as decisões, revela o Safety4Sea.

De acordo com o mesmo inquérito, 40% dos marítimos no activo acreditam que os navios autónomos serão comercialmente viáveis dentro de 20 anos. Mas 44% mostrou-se favorável a uma presença humana activa na supervisão dos processos de decisão desse tipo de navegação. E 23% admitiram um ligeiro aumento da autonomia, que mantenha uma capacidade de substituição dos sistemas pelos homens, mas reduza o grau de supervisão humana sobre as decisões automáticas.

Por outro lado, apenas 16% manifestaram vontade de um futuro sem apoio da navegação autónoma, o que parece sugerir que os marítimos permanecem abertos a uma abordagem híbrida do problema, em que os sistemas de navegação autónoma funcionem com o apoio e sob o controlo de marítimos profissionais treinados.

A publicação também considerou interessante que 89% dos marítimos tivesse admitido que os armadores só adoptariam a navegação autónoma se esta se revelasse menos dispendiosa do que a navegação com recurso aos marítimos.

 



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