As autoridades iranianas e indianas chegaram a acordo quanto à 1ª fase das operações no porto marítimo de Chabahar, no sudeste do Irão e fora do Golfo Pérsico, referem vários meios internacionais. Durante 18 meses, a empresa indiana India Ports Global Limited (IPGL), que vai explorar o porto, trabalhará com equipamento cedido pelo Irão, até dispôr do seu próprio equipamento.
Em causa está um investimento aproximado de 69 milhões de euros em dois terminais do porto, a realizar pela IPGL, no âmbito de um acordo de exploração a 10 anos, com expectativa de receitas anuais de 18,6 milhões de euros. Para a Índia, a utilização deste porto, entre outras vantagens, permitirá evitar as estradas do Paquistão no escoamento de mercadoria e assim reduzir a sua dependência logística de um país com o qual sempre manteve relações tensas.
Por outro lado, permite-lhe compensar a influência da China no Paquistão, onde tem presença no porto de Gwadar, apenas a 50 milhas náuticas do porto de Chabahar, com uma intervenção noutra zona, neste caso, no Irão. Além disso, a Índia está a investir em infra-estruturas terrestres que ligam o porto com o resto do mundo, designadamente, numa ferrovia e em instalações petroquímicas.
Este projecto, contudo, tem um risco inerente. No âmbito de sanções que os Estados Unidos venham a impôr ao Irão por considerarem que este violou o espírito do acordo que desde 2016 levantou as sanções internacionais até então impostas ao país, a Índia pode ser afectada. Entre outros efeitos de uma medida desse género, poderão estar penalizações à Índia por manter negócios com o Irão, à semelhança do que sucede com empresas e entidades que mantêm determinados negócios com a Coreia do Norte.
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