A construtora naval sul-coreana Hyundai Heavy Industries (HHI) enfrenta um cenário de 5 mil trabalhadores inactivos por falta de encomendas, pelo que está a solicitar a essa força de trabalho que aceite licenças sem vencimento a partir de Setembro, noticia o jornal Korea Times.
Segundo o jornal, a empresa terá mesmo pedido apoio aos sindicatos no sentido de convencerem esses trabalhadores, que representam cerca de 30% dos 17 mil trabalhadores da HHI, a aceitarem a proposta, alegando que esta ajudará a reduzir os custos e a manter a empresa em actividade num quadro económico adverso.
Se não alcançar o seu objectivo, dado que a medida requer a concordância dos trabalhadores, a empresa pondera suspender algumas linhas de produção e submeter os trabalhadores a programas de formação, refere o mesmo jornal. Citando fonte da HHI, o jornal refere que a partir de Setembro, os trabalhadores excedentários ficarão sem trabalho e que se seguirá um diálogo com os sindicatos para debater a duração e as condições dessa situação.
De acordo com a mesma fonte, esta foi a solução encontrada pela empresa face à recusa dos trabalhadores em aceitarem uma redução de 20% no seu vencimento base. E não fica afastada a hipótese de solicitar licenças sem vencimento a mais trabalhadores em 2018 se se mantiver a dificuldade em conquistar novas encomendas.
Um quadro provável, até porque a falta de trabalho deverá manter-se até Junho do próximo ano, dado que a empresa não garantiu encomendas suficientes nos últimos dois anos, refere o jornal.
Segundo o jornal, desde Junho que o catálogo de encomendas da HHI se situa em 85 pedidos, menos 25 do que no mesmo período do ano anterior. No primeiro semestre deste ano, a empresa só terá assegurado 17 novas encomendas e desde Novembro de 2014 que não tem encomendas para nenhuma instalação offshore.
O Korea Times recorda que este mês, ao contrário do que esperava, a HHI não conquistou a encomenda estimada em 1,18 mil milhões de euros para construir porta-contentores destinados à CMA CGM, que optou pelas empresas chinesas Hudong Zhounghua Shipbuilding e Shanghai Waigaoqiao Shipbuilding devido a uma proposta de preço mais baixa (135,7 milhões de euros por navio, contra 148,4 milhões de euros da empresa sul-coreana).
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