O Grupo prepara uma proposta para gerir portos do arquipélago e está em vias de passar um dos navios da Transinsular para um operador recém criado, de modo a que a embarcação navegue sob pavilhão cabo-verdiano
Grupo ETE

O Grupo ETE está a “concluir a constituição da empresa «ETE Cabo Verde – Operações Portuárias, Lda», visando apresentar uma proposta para a gestão dos Portos da Praia, Mindelo, Palmeira e Sal Rei – seja em regime de concorrência, consórcio ou com base em outro modelo a definir pelo Governo de Cabo Verde -, que seja vantajosa para ambas as partes”, informou a empresa em comunicado.

A iniciativa enquadra-se no reforço da aposta do Grupo em Cabo Verde, onde está presente desde há 29 anos, através da Transinsular, e onde pretende continuar a investir contribuindo para a “afirmação de Cabo Verde como o Hub para a África Ocidental”, conforme admitiu Luís Mira de Oliveira, administrador do Grupo ETE.

Nesse sentido, recentemente, o Grupo constituiu a Transinsular Cabo Verde – Transportes Marítimos Insulares de Cabo Verde, Lda, uma sociedade armadora de direito Cabo Verdiano, que é a única no arquipélago “habilitada e a cumprir todos os requisitos para efectuar o transporte marítimo internacional, ligação aos mercados atlânticos de proximidade e cabotagem”, refere o Grupo ETE.

Paralelamente, o Grupo português está a concluir “o processo de passagem de um dos seus navios (Ponta do Sol) para este novo armador, o qual será operado sob bandeira de Cabo Verde”, segundo refere. O navio está certificado e classificado com padrões internacionais e “cumpre todos os requisitos para navegar em águas internacionais”, acrescenta o Grupo.

Além disso, o Grupo manifestou ao Governo de Cabo Verde o interesse na concessão da CABNAVE – Estaleiros Navais de Cabo Verde, ou numa participação por via de outro modelo de “parceria público-privada que vier a ser decidida pelo Governo”, refere Luís Mira de Oliveira. O Grupo manifestou, inclusivamente, a sua disponibilidade para “transferir para a CABNAVE o seu conhecimento neste sector e assim contribuir para o desenvolvimento da empresa”.

Neste contexto, o Grupo ETE também quer “apresentar uma proposta para o transporte marítimo de carga Inter-Ilhas que entregue aos agentes económicos, competitividade, regularidade, flexibilidade e confiabilidade, e seja promotora de adequadas soluções logísticas alinhadas com a intermodalidade e capazes de contribuir para o desenvolvimento das economias locais”. De acordo com Luís Mira de Oliveira, que refere um compromisso de longo prazo para essa situação, o serviço Expresso da Transinsular poderá ser o mais adequado. E acrescenta que apesar do core da sua operação de transporte marítimo ser a Carga, o Grupo está disponível para, “se necessário, construir uma solução em parceria com outros players”.

Finalmente, o Grupo refere que precisamente o serviço Expresso da Transinsular foi reforçado em cinco dias. Segundo Miguel Paiva Gomes, CEO da Transinsular, este serviço “optimiza tanto as soluções de transporte de mercadorias para Cabo Verde originárias de Portugal e Espanha, como para a Guiné-Bissau, Mauritânia e Canárias”, além de que consolida a posição da empresa “como parceiro preferencial na exportação de peixe para a Europa, garantindo ainda a ligação entre aqueles mercados e o Norte da Europa, Báltico, Mediterrâneo e Ásia, entre outros“.



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